Fazenda Escola

Fazenda Escola


Uma Fazenda Escola para pesquisas

A propriedade, com 540 hectares, localizada às margens da BR-050, entre Uberaba e Uberlândia, se transformou num dos mais importantes centros de pesquisas em cafeicultura e pastagem irrigadas do Triângulo Mineiro. A instalação de um campo experimental , em 1997, com recursos da própria Universidade de Uberaba, marcou o início do projeto café. O primeiro plantio foi realizado um ano depois. Numa área de 18 hectares, os responsáveis pelas pesquisas trabalham com quatro diferentes modelos de irrigação. A análise do desempenho registrado na Fazenda Escola vem mostrando que é possível produzir café irrigado com expressiva economia de água e energia elétrica. Além dos benefícios ao meio ambiente, os índices registrados confirmam também que a atividade pode ser explorada em pequenas e médias propriedades rurais, por apresentar, em pelo menos um dos sistemas pesquisados, baixo custo de implantação e manutenção.

Na maior gleba, com 12 hectares, funciona um pivô central, com emissores localizados. Em relação ao convencional, a economia de água e energia fica entre 30 e 35 por cento. No sistema por gotejamento, utilizado em dois hectares, a economia de água é ainda maior, chegando a 40 por cento. O sistema de irrigação por aspersão em malha é utilizado numa área do mesmo tamanho. Considerado uma revolução no processo de irrigação para pequenos agricultores e pequenos pecuaristas, o mecanismo destaca como grande vantagem o fato de apresentar baixo custo de implantação e manutenção. O programa inclui também dois hectares de tubos perfurados. Conhecido popularmente como tripa, o sistema viabilizou a cafeicultura irrigada no Triângulo Mineiro. Para efeito de análise comparativa, foram plantados dois hectares de café, sem irrigação, chamado de testemunha. A infra-estrutura inicial e a credibilidade do grupo de pesquisadores, envolvidos nos programas de pesquisas, fez da Universidade de Uberaba a única Instituição de ensino privado no Brasil a participar do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café Embrapa/Café.

Manejo de pastagens tropicais


Os resultados de um trabalho de pesquisa com pastagem irrigada mostram que é possível explorar a pecuária leiteira alcançando melhores índices de produtividade e, consequentemente, maior lucratividade. A lotação média por hectare também é maior. Na Fazenda Escola, por exemplo, os números variam de oito a dez animais, conforme resultado de pesquisa coordenada pelo professor da Uniube, Adilson de Paula Almeida Aguiar, apontado como uma das maiores autoridades brasileiras em produção e manejo de pastagens. A mesma área tem potencial para produzir 30 mil litros de leite/ano. A pesquisa indica como melhor forrageira para a região o capim Tifton 85. Por ser mais resistente ao frio ele responde melhor ao processo de irrigação. Na cana, a produção por hectare fica entre 180 e 200 toneladas, volume suficiente para suplementar de 30 a 35 vacas por um período de até 180 dias. O sistema utilizado é o de aspersão em malha, apontado como sendo ideal para pequenas e médias propriedades, em função do baixo custo de implantação e manutenção.

Segundo dados do IBGE, relativos ao censo 1995-96, 55,5% da produção de leite no Brasil tinham origem em propriedades com até 100 hectares. O programa de pesquisa com pastagem irrigada na Fazenda Escola também utiliza a fertirrigação, ou seja a adubação através da água utilizada na irrigação. Graças a sua uniformidade, o sistema é extremamente viável para aplicação de produtos químicos. O processo é mais econômico e a aplicação do adubo mais uniforme. Além de facilitar a incorporação, o mecanismo reduz a compactação do solo, os danos causados por máquinas e ainda possibilita o parcelamento e aplicação em qualquer época. O mecanismo também permite a distribuição de efluentes, poluidores do meio ambiente, como o chorume gerado na engorda de 1.200 suínos. Diariamente, 20 mil litros são aproveitados na fertiirrigação da pastagem e do café, reduzindo dessa forma a necessidade de adubos químicos, além de eliminar a descarga de poluentes nos mananciais de água.






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