Origem já

Origem já

Não se pode falar de pecuária zebuína sem que se faça referência ao nome de João de Abreu Júnior (1869-1949). Por isso mesmo sua história está registrada em dezenas de livros sobre o Zebu, tendo até monumento próprio e seu nome está perpetuado num dos pavilhões do Parque da ABCZ, em Uberaba. Também o melhor animal leiteiro do ano conquista o Troféu João de Abreu, em nome da ACGB Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil. De seu rebanho saiu o material genético que alicerçou trabalhos leiteiros em muitos países, tais como: Estados Unidos, Venezuela, Colômbia, México, Costa Rica, Senegal, Costa do Marfim, Nicarágua, Peru, Paraguai, Argentina, Angola, etc. Seu gado é considerado um patrimônio genético do mundo ocidental.

Os primeiros resultados práticos de sua seleção leiteira já se faziam notar no início do século XX. O primeiro controle leiteiro foi feito em 1907, um fato inédito em toda a América Latina. O controle oficial só surgiria 53 anos depois, em 1960, sob a responsabilidade da FPCB Federação Paulista de Criadores de Bovinos. Também foi ele que, em 1910, realizou o primeiro teste de paladar com carne de bovinos. Em 1911, um lote de 33 vacas em ordenha pública, acompanhada por diversas autoridades, produziu entre 10 e 12 litros de leite - algo jamais imaginado para o gado Zebu. Os sucessos leiteiros em concursos públicos e nos controles leiteiros sucederam-se no correr das décadas.

No ano de 1917 promoveu a instalação de uma balança para pesar leite, provavelmente a primeira do Brasil. No ano de 1919 destacou-se por colocar em prática um inédito e surpreendente mecanismo para a venda de animais: desfilava com o gado na praça principal da cidade, mostrando ao povo que, apesar dos grandes chifres, os animais eram mansos, caracterí
stica confirmada com a ordenha de algumas vacas, diante de um número grande de pessoas, entre elas potenciais compradores. Em 1921, durante a Exposição Nacional em Cordeiro (RJ), o touro Pavilhão-JA alcançou a marca de 1.050 quilos, uma façanha formidável. Foi o primeiro Zebu a passar de uma tonelada, uma marca que só seria superada na década de 1970. Pavilhão teve até uma medalha de ouro, um troféu que passou a ser ofertado aos demais campeões nacionais, e até música própria (que era tocada por banda-de-música nas exposições para lembrar que o Zebu podia ser um grande gado para o Brasil).

Em 1924/5 participou das exportações para o México e Estados Unidos, com objetivo de consolidar a raça Brahman, presente hoje em 70 países. Em 1928, João de Abreu Júnior fez a última introdução de um touro indiano no rebanho. A partir daí seu rebanho seria mantido em estreita consangüinidade.

Em 1964, surgiram duas inéditas campeãs mundiais: "Tartaruga-JA" com 13,2% em teor de gordura e "Pioneira-JA" com 5.596 quilos na lactação. Eram marcas inolvidáveis! Entre 1972 e 1974, outras três fêmeas ganhariam destaque como recordistas mundiais em: produção de leite (Potinga-JA, com 5.672 kg em 365 dias); teor de gordura (Faísca-JA, com 14,6%); peso (Francesa-JA, com 853 kg).   

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