Fevereiro Roxo: mês de conscientização de doenças crônicas e degenerativas em pets | Acontece na Uniube

Fevereiro Roxo: mês de conscientização de doenças crônicas e degenerativas em pets

09 de fevereiro de 24
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Médica-veterinária fala sobre doenças neurodegenerativas em cães idosos


No campo da Medicina humana, o Fevereiro Roxo é dedicado à conscientização sobre doenças crônicas e degenerativas, como Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Gradualmente, a Medicina Veterinária tem incorporado essas datas em seu calendário, visando a prevenção e o diagnóstico precoce em animais de estimação, com o intuito de diminuir a progressão das doenças e proporcionar uma melhor qualidade de vida para esses animais.


A médica-veterinária, mestre e doutora em Ciência Animal, Isabel Rodrigues Rosado, atua na área de Clínica Médica e Neurologia de cães e gatos no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), e deu informações detalhadas sobre uma doença neurodegenerativa que afeta os pets: a Síndrome da Disfunção Cognitiva.


Quais são as doenças neurodegenerativas mais comuns em cães e gatos?


Isabel Rodrigues Rosado: O Fevereiro Roxo, na medicina humana, é voltado à conscientização de três doenças neurodegenerativas crônicas: Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Extrapolando para a Medicina Veterinária, uma condição semelhante ao Alzheimer, conhecida como Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns tanto em cães quanto em gatos.


O que causa a Síndrome da Disfunção Cognitiva?


Isabel Rodrigues Rosado: Com o envelhecimento do animal, duas proteínas, a Betamiloide e proteína Tau se acumulam nos neurônios e vasos sanguíneos cerebrais, levando ao comprometimento da perfusão deste órgão e morte das células. Quando a perda de neurônios atinge um ponto crítico, os sintomas e sinais clínicos tornam-se evidentes. A Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma doença neurodegenerativa que acomete cães e gatos, assemelhando-se ao Alzheimer humano. Sabemos que as lesões cerebrais são semelhantes, comprometendo a cognição do animal devido à perda de neurônios ao longo da vida.


Quais são os sintomas e sinais clínicos?


Isabel Rodrigues Rosado: Os sintomas incluem alterações comportamentais, como ansiedade e agressividade, problemas de higiene, como a eliminação inadequada de fezes e urina também são comuns. Outros sinais envolvem a diminuição da interação com tutores e outros animais, desorientação dentro de casa, alterações no ciclo sono-vigília e redução da audição e visão. Os animais começam a dormir mais durante o dia e ficarem acordados a noite. A identificação precoce desses sinais é crucial para o tratamento e a qualidade de vida do animal.


Qual a importância da conscientização?


Isabel Rodrigues Rosado: É fundamental que os tutores reconheçam alterações no comportamento de seus animais como sintomas patológicos, não os atribuindo apenas ao envelhecimento fisiológico. A conscientização permite a intervenção precoce, reduzindo a progressão da doença e preservando a qualidade de vida do pet.


Animais como membros da família:


Isabel Rodrigues Rosado: Estamos presenciando uma mudança cultural, onde os animais são agora considerados membros da família. Com a proximidade dos animais de estimação aos tutores, as famílias percebem mais facilmente as alterações em seus pets, investindo assim em cuidados veterinários mais eficazes.


Evolução da Medicina Veterinária e sua relação com a proximidade dos pets à família:


Isabel Rodrigues Rosado: O aumento da importância dos animais na família impulsiona o desenvolvimento da Medicina Veterinária. Com maior investimento em estudos e aprimoramento, surgem técnicas avançadas e equipamentos modernos, como a ressonância magnética, essenciais para diagnosticar condições como a disfunção cognitiva. A evolução da Medicina Veterinária contribui para o aumento da expectativa de vida dos animais, com isso, o crescimento da população de animais idosos leva ao aumento da incidência de doenças crônicas degenerativas.


Carolina Oliveira | Universidade do Agro