Uniube inicia pesquisa sobre a merenda escolar em Uberaba
A Uniube, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, realizará um projeto de análise da merenda escolar servida nas escolas de Uberaba, após solicitação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O trabalho será iniciado ainda em novembro, e deve se estender durante o primeiro semestre do ano que vem.
A iniciativa envolve os cursos de Nutrição, Farmácia, Biomedicina e Medicina. Segundo o pró-reitor de Pesquisa, André Luís Teixeira Fernandes, a Uniube aguarda apenas o cronograma de horários das merendas ser disponibilizado por parte da Secretaria Municipal de Educação (Semed). "Fizemos um cálculo amostral e vamos visitar 65 escolas das 76 existentes, para que o projeto tenha credibilidade científica. Será feito um sorteio amostral para a escolha das escolas que serão visitadas", esclarece.
A proposta, já enviada ao MPMG, prevê, em primeiro momento, a análise do cardápio elaborado pela Semed, com relação às recomendações federais de Nutrição, como explica o professor e coordenador da Nutrição, Geraldo Thedei Junior.
"A gente coleta uma certa quantidade de cada um dos alimentos que está sendo servido. Por exemplo, hoje é arroz, feijão, carne moída, cenoura cozida, salada de alface, suco de limão. Então nós vamos pegar uma quantidade do arroz, colocar em um recipiente estéreo, uma quantidade do feijão, colocarem outro recipiente e assim por diante. Colocaremos em uma caixa térmica, traremos para o laboratório e a partir daí será feita a análise se existe alguma contaminação microbiológica", esclarece Geraldo.
Depois, o grupo verificará como é feito o porcionamento da alimentação dos estudantes da rede municipal. Para isso, será solicitado à cozinheira montar um 'prato piloto' que deverá servir de base para o correto porcionamento dos outros, considerando o peso, a tara, e a repetição do procedimento por cinco vezes em intervalos regulares. Ao longo do processo, será avaliado se as porções estão uniformes e, ainda, de acordo com o prato piloto apresentado. Assim, será possível identificar se a quantidade de alimentos produzida está em conformidade com o número de refeições previstas.
"A outra é a análise para saber se as quantidades estão de acordo com o PNAE, que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Aí nós temos que pesar a quantidade de alimentos que a merendeira coloca no prato de cada criança. Logicamente, nós vamos pegar de todas, nós vamos fazer uma amostragem. Então ela coloca a quantidade, a gente pesa de arroz. Depois coloca a quantidade de feijão, a gente pesa, e assim por diante, para saber se isso está dentro da recomendação que o PNAE faz para que a criança tenha garantido aquela certa quantidade de carboidrato, gordura, proteína, que é preconizado pelas normas", informou o professor.
Ele acrescenta que o prazo máximo de finalização é julho de 2024. Serão 65 das 76 unidades municipais verificadas, em tempo hábil do fechamento do semestre. "A estatística determina que seja assim, para que a amostra seja representativa", finaliza.
O curso de Farmácia também estará presente na ação, com a gestora Renata Frange, para fiscalização da higiene das cozinhas.
Luiz Henrique Cruvinel