Superação e Resiliência: aluna de Psicologia enfrenta desafios de doença rara na graduação | Acontece na Uniube

Superação e Resiliência: aluna de Psicologia enfrenta desafios de doença rara na graduação

13 de setembro de 24
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Carla Beatriz tinha a rotina comum de uma estudante universitária até ser surpreendida com o diagnóstico de trombocitemia essencial, que anos depois evoluiu para mielofibrose, sendo necessário o transplante de medula óssea. A recuperação desse procedimento, fez com que Carla se afastasse da universidade, mas não do sonho de ser psicóloga. Agora recuperada, a estudante se prepara para voltar à sala de aula. 


Foi em um exame realizado em 2016, que a jovem de 24 anos, recebeu o resultado inesperado. "Eu sempre tive muita canseira, fraqueza, indisposição, sono, só que nessa época esses sintomas estavam mais intensos. Em uma das consultas médicas, fiz um novo exame que identificou a mielofibrose e a necessidade da doação de medula óssea. Então, colocaram meu nome na lista de bancos de dados e iniciaram os processos para o transplante", esclarece a discente.


Em setembro de 2023, ela foi internada para a cirurgia e precisou colocar um cateter para receber as medicações. Os 25 dias no hospital foram marcados por cinco sessões de quimioterapias e diversos efeitos colaterais. "Após receber a medula, passei por mais duas sessões de quimioterapias e fui liberada para ir pra casa com todos os cuidados. Todo esse período foi muito assustador, por mais que eu tivesse consultas em um hospital especializado em câncer, eu não esperava que algo desse tipo iria acontecer comigo", comenta. 


Mesmo com o emocional abalado, Carla lembrou dos ensinamentos do curso e encontrou forças para continuar o tratamento. "De início, fiquei muito mal, me desesperei, mas mesmo triste, eu não deixava transparecer para as pessoas. No curso, aprendemos que certas coisas não estão no nosso controle e não podemos mudá-las. Então, quando aconteceu essa questão do transplante, precisei entrar em um processo de aceitação da doença para conseguir entender que era algo que eu realmente precisava passar e iria passar". 


A coordenadora da graduação de Psicologia da Uniube, Maria Regina Basílio, afirma que a abordagem terapêutica é utilizada nas aulas para os acadêmicos terem uma compreensão mais ampliada de si e da situação. "A melhor forma da gente vencer qualquer empecilho não é fugir dele, mas sim enfrentá-lo. A aceitação não garante a resolução do problema, mas aumenta a nossa esperança. Então veja que há um efeito cascata. Você compreende, e a compreensão te dá uma possibilidade mais assertiva que te ajuda a enfrentar a situação e reduzir o sofrimento", explica. 


Acostumada com a vida agitada, Carla diz que está animada para o retorno aos estudos em agosto. "Eu sou uma pessoa muito ativa, então ficar em isolamento prejudicou minha saúde mental. Agora que já me recuperei, estou ansiosa para voltar às aulas, concluir a graduação, conseguir um trabalho na área e construir uma família com quem eu amo", pontua. 


Pâmela Rita