Setembro Azul celebra as ações e conquistas da comunidade surda
Centenas de pessoas participaram, na noite de ontem, do II Encontro Setembro Azul: Libras - fator identitário das comunidades surdas brasileiras. Este ano, o evento também foi transmitido em tempo real, via internet, para os polos de Educação a Distância e assistido por cerca de 400 alunos online e 220 pessoas presencialmente. As palestras aconteceram no Anfiteatro D56, no Campus Aeroporto da Universidade de Uberaba (Uniube).
Segundo a professora Teresinha Naira Scalon Cunha, do Núcleo de Atendimento Especializado (NAE) e uma das coordenadoras do Encontro, ainda há uma grande incompreensão quando se refere as pessoas surdas. Por isso, o evento é tão importante para a comunidade. “Elas são vistas como pessoas deficientes e incapazes. No entanto, elas são surdas, mas são competentes e têm inúmeras possibilidades de aprendizagem, de vencer na vida e terem sucesso. O que precisa é ter uma educação adequada às necessidades que elas apresentam”, afirma.
A guia-intérprete, Priscila da Silva, é surda. Ela veio de Uberlândia para participar do evento e realizar a interpretação por meio da Libras Tátil para um convidado surdocego. Na opinião da Priscila, o Setembro Azul significa visibilidade e reconhecimento do povo surdo. “A história das pessoas surdas é de muita luta e resistência. Nós sofremos durante muitos e muitos anos. Tanto é que a cor azul representa o passado, a opressão que vivemos hoje e a libertação da Língua de Sinais. Nós precisamos entender que a Libras deve estar em todos os espaços, não apenas no âmbito educacional”, sinaliza.
Para o guia-intérprete, Everton Rodrigues Silva, eventos como o Setembro Azul ajudam as pessoas ouvintes a compreenderem melhor o que a comunidade surda necessita, que é, principalmente, do acesso a Língua Brasileira de Sinais. “Nós precisamos continuar essa luta. É muito importante, não podemos parar. Tanto no mês de setembro quanto em todos os outros meses do ano também”, sinaliza.
“O evento representa dois momentos que marcaram a comunidade surda. O primeiro corresponde à opressão vivenciada, nos campos de concentração nazistas, em que as pessoas com deficiência e os surdos eram identificados com uma faixa azul presa no braço. O segundo momento, o atual, traduzido pela cor azul turquesa — uma cor vibrante que representa a riqueza linguística e cultural de uma comunidade que tem alcançado seu espaço social na equalização de direitos e no fortalecimento de uma sociedade mais humanizada e democrática”, explica a organizadora do evento, professora e tradutora/intérprete de Libras, Simone Rocha Pereira.
O II Encontro Setembro Azul: Libras - fator identitário das comunidades surdas brasileiras faz parte da Campanha de Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular. O evento contou com o envolvimento da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (Propepe); Pró-Reitoria de Ensino Superior (Proes); e Pró-Reitoria de Educação a Distância (Proed).