Projeto de universitárias envia voluntários pelo mundo para ações humanitárias
A criação de um projeto social sempre foi o sonho da estudante de Enfermagem da Universidade de Uberaba (Uniube), Izabela Fernandes Cividanes. Foi em janeiro deste ano que ela enxergou essa oportunidade. Junto à aluna de Odontologia da União Metropolitana de Educação e Cultura (Unime), de Salvador (BA), Tainá Marylin de Oliveira Souza, Izabela desenvolveu o projeto “Condor”, com a proposta de enviar voluntários da área da saúde pelo mundo para experiências humanitárias.
Izabela e Tainá conheceram-se em um intercâmbio social feito no Orfanato Hogar de las Bienaventuranzas, na periferia de Lima, no Peru. “A casa é mantida por doações e, embora não tenha muitos problemas quanto à estrutura e alimentação, o mesmo não se aplica ao atendimento da saúde das crianças. Na verdade, é grande a carência em assistência à saúde, porque não há quantidade suficiente de voluntários locais”, conta Izabela.
As universitárias decidiram, então, interferir nessa realidade e contribuir para a melhoria do atendimento em saúde das crianças. “Nossa primeira ação será no orfanato. A instituição abriga, em média, 100 crianças e adolescentes, todas elas na condição de pacientes especiais, ou seja, possuem alguma deficiência física e/ou mental. A maioria (60%) é portadora, em diferentes graus, de Transtorno do Espectro Autista. Estão presentes também o Transtorno do Espectro da Esquizofrenia, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral Infantil, entre outros”, completa.
Para iniciar as ações do projeto, Izabela e Tainá selecionaram 10 estudantes dos cursos de Enfermagem, Psicologia, Terapia Ocupacional, Nutrição, Fisioterapia, Medicina e Odontologia. “Os participantes são submetidos a um processo seletivo e, após essa etapa, um processo de capacitação, oportunidade em que trabalharemos o idioma local da cidade destino, plano de ação e direcionamento para iniciação de pesquisa e posterior elaboração de artigo.”
Os estudantes serão divididos em dois grupos para a viagem, nos meses de janeiro e fevereiro de 2020. “Eu espero que a ação toque o coração dos voluntários como tocou o meu e que mude a vida deles tanto quanto mudou a minha. A área da saúde tem muitas pessoas que não pensam sobre a responsabilidade que têm na vida das pessoas, não possuem sensibilidade de lidar com o paciente, nem humanização. A maior expectativa é levantar a bandeira da humanização, mostrando aos futuros profissionais que antes de qualquer especialização eles precisam desenvolver sentimentos, como empatia pelo próximo. É uma luta pela melhoria dos serviços de saúde buscando alcançar um sistema com mais qualidade e equitativo.”
Humanização
Fazer projetos sociais sempre foi a meta de Izabela, e a criação do Condor é a realização de um sonho. “Durante toda a minha vida, os trabalhos voluntários foram divisores de águas, auxiliaram-me na busca pelo meu propósito e missão. Porque é preciso levar a humanização por onde for, ser esperança para aqueles que sofrem e, por um momento, ser alívio na vida de alguém”, enaltece.
Tainá também compartilha o pensamento e reforça a necessidade de se falar em humanização em todos os locais. “É muito estranho falar que precisamos humanizar pessoas, principalmente da área da saúde, mas nosso contexto atual está carente de profissionais empáticos e caridosos. Projetos sociais são vetores de expansão da consciência, incentivando o cuidar com amor e, consequentemente, ajudando cada um a encontrar o seu propósito”, finaliza a estudante de Odontologia.