Projeto de Extensão da Uniube promove práticas humanizadas com pessoas em situação de rua

Neste sábado (25), os alunos do Projeto de Extensão "Street Store - Amigos do Igor Lombardi Penhalver", sob a coordenação da professora Valeska Guimarães, realizam práticas de humanização e cuidado com pessoas em situação de vulnerabilidade e risco. Dentre as ações do grupo, estão: doação de roupas, kits de higiene e marmitas, momento cultural e roda de conversa. Os alunos percorrerão um trajeto urbano, numa modalidade "móvel", das 10h às 13h.

Participam da ação os alunos dos cursos de Enfermagem, Medicina e Psicologia. Bárbara Isac, coordenadora discente do projeto e aluna do 9º período de Medicina, revelou que, dos 60 alunos ativos no Projeto, 28 estarão disponíveis durante a ação. "Nosso projeto é uma 'loja de rua', na qual uma vez ao ano montamos tendas na praça Dr. Jorge Frange, com araras, cabides e roupas expostas. A população de baixa renda e/ou vulnerabilidade entra na loja e escolhe a sua doação. Além disso, oferecemos café da manhã e almoço e oportunizamos diversas ações artísticas e culturais. No último Street Store, que aconteceu em junho de 2022, contamos com a colaboração da população e das ligas de Medicina da Uniube, com atrações musicais, pintura facial para crianças, medição de pressão e glicemia, acolhimento psicológico, entre outras coisas", esclareceu.

Desde a pandemia, Bárbara explicou que foi adotada a modalidade "móvel": os alunos se reúnem para montar os kits e saem em grupos, de carro, por um trajeto pré-definido para realizar as atividades extensionistas do dia. Este ano, os alunos saem do Campus Aeroporto da Uniube às 10h, passam pelo Parque Fernando Costa, pela avenida Deputado José Marcus Cherem, pela praça Dr. Carlos Terra e pela praça Dr. Jorge Frange, até chegarem ao final do Terminal Rodoviário. Ao todo, está prevista a distribuição gratuita de 100 marmitas e 150 roupas. O objetivo da ação é promover o desenvolvimento da empatia.

"Eu acredito que o impacto social do projeto tem grande importância. Não só para a própria população, que é beneficiada com uma escuta ativa, afeto e questões básicas (comida, roupas e kits de higiene), mas também para a formação dos acadêmicos. Ao terem contato com essa 'outra realidade', podem ampliar sua visão de mundo, entender a importância da ajuda de cada um para a sociedade e exercer esse auxílio de modo prático e direto. Na minha visão, nos anos em que faço parte do Projeto, percebi que muitas vezes essas pessoas querem ser vistas e tratadas com respeito. O projeto 'Street Store Amigos do Igor Lombardi Penhalver' compreende isso e tem a missão de respeitar e estimular a individualidade da pessoa que está recebendo a doação. Ao escolher a própria roupa, ela exercita o amor próprio, a autonomia e a individualidade", avaliou a aluna.

A realização da iniciativa global "The Street Store" surgiu na África do Sul, em 2012, e atua como uma loja a céu aberto, sem fins lucrativos, fornecendo, durante todo o dia, roupas, acessórios, cobertores, brinquedos e calçados em boas condições, obtidos por meio de doações arrecadadas por alunos extensionistas, professores da instituição e toda comunidade de Uberaba.

"Esse projeto tem como principal objetivo a implantação e a implementação dos pressupostos do Street Store como boas práticas de humanização e cuidado para com pessoas em situação de vulnerabilidade e risco, vivenciando novas formas de promoção da saúde, por meio de debates, oficinas, palestras e encontros educativos, considerando estes como instrumentos de trabalho vinculados aos princípios da Clínica ampliada e compartilhada", explica a coordenadora Valeska Guimarães.

Ainda segundo a professora, o projeto é importante ao promover um cuidado científico humanizado para pessoas em vulnerabilidade social, além de possibilitar vivências, experiências e aproximação delas com alunos, professores e voluntários da Uniube e de toda a cidade. "É um projeto de caráter formativo para todos os alunos extensionistas. Por meio das ações sociais, o projeto tem tanto o intuito de despertar solidariedade, respeito e empatia por meio do contato próximo com essas pessoas vulneráveis, que representam grande parte da população de rua, quanto levar uma maior dignidade para essas pessoas que foram atingidas por algum infortúnio, como perda do emprego ou rompimento de laços afetivos, que os levaram à perda progressiva da perspectiva de um projeto de vida, passando a utilizar o espaço da rua como sobrevivência e moradia", finaliza a coordenadora.

Luiz Henrique Cruvinel