Projeto ambiental criado por ex-alunas é referência em ações sustentáveis de Uberaba
Da universidade saem ideias para resolver diversas problemáticas, melhorar a qualidade de vida e até tirar sonhos do papel. Em 2009, três alunas da Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba (Uniube) sonharam e, enquanto ainda estavam na faculdade, fundaram um projeto ambiental que hoje é referência na cidade: o Instituto Ambiental Aondê. Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a egressa e uma das fundadoras do projeto, Aline Claro de Oliveira, fala da importância de levar projetos ambientais criados durante a graduação para além do campus.
Cuidar do meio ambiente e desenvolver ações sustentáveis sempre foram preocupações para as engenheiras ambientais. Foi com o propósito de desenvolver ações e projetos voltados ao meio ambiente que o Instituo Aondê surgiu em 2009. Em 2010, o trabalho que nasceu na universidade foi reconhecido como entidade ambientalista pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Hoje, o instituto se enquadra como Organização da Sociedade Civil (OSC), sobrevive sem fins lucrativos e é reconhecido como Utilidade Pública de Uberaba.
"Nós percebemos que em Uberaba faltavam ações em prol do meio ambiente e queríamos colocar em prática o que estávamos aprendendo no curso. Com isso, desenvolvemos diversos projetos e ações até o fim de 2012, quando concluímos a graduação e fomos fazer mestrado em outra cidade. Em 2017, retomamos com as atividades que estavam suspensas e, desde então, promovemos ações importantes para o meio ambiente em Uberaba", explica Aline Claro.
Entre as atividades desenvolvidas pelo Instituto Aondê, estão ações e projetos voltados ao plantio de árvores, educação ambiental, coleta seletiva, hortas comunitárias, arborização urbana e pesquisas científicas com a temática ambiental. Segundo Aline, uma das principais vertentes abordadas pela equipe é o descarte correto de resíduos. Foi pensando nisso que elas, inclusive, criaram um mapa com os principais pontos de descarte em Uberaba, a fim de facilitar o acesso acerca de informações sobre o descarte correto dos materiais.
"No Instituto Aondê nós também promovemos palestras, campanhas para recolhimento e destinação de recicláveis, eletrônicos e óleo de cozinha, distribuição e plantio de árvores e implantação de hortas comunitárias. Se cada um fizer sua parte, menos de 10% de todo o lixo que geramos iria para o aterro sanitário, pois a maioria dos resíduos que geramos ou é compostável ou é reciclável", compartilha a engenheira.
Segundo Aline, o projeto ambiental ainda faz parte da incubadora de empresas da Uniube, a Unitecne, com o negócio de impacto "Ciclo Sustentável", que implanta a coleta seletiva em condomínios e que faz o trabalho de educação ambiental nos locais em parceria com a Cooperativa dos Recolhedores Autônomas de Resíduos Sólidos e Materiais Recicláveis de Uberaba (Cooperu). "Nosso projeto além de nos ajudar, também, ajuda a Cooperu e gera renda para cerca de 50 famílias", diz.
Para começar
Na Semana do Meio Ambiente, Aline lembra que ter ideias sustentáveis é simples e as pequenas atitudes capazes de fazer a diferença podem ser inseridas no dia a dia. "Comece inserindo atitudes diárias, por exemplo, quando for às compras, procure por produtos com menos embalagens, leve a sacola retornável e seja responsável pelo resíduo (lixo) que gera. Mesmo não tendo coleta seletiva na sua rua, procure separar os resíduos em pelo menos duas sacolas: uma para reciclável e outra para não reciclável e rejeito", compartilha.
Além disso, a engenheira ambiental dá dica para os colegas de profissão que ainda estão em graduação, mas já pensam em seguir com projetos voltados ao meio ambiente. "Minha sugestão para quem tem interesse na área é: busque empreender, principalmente em negócios de impacto, que têm um amplo campo de atuação para o engenheiro ambiental. A Uniube conta com a Unitecne, que pode ajudar a tirar a ideia do papel e transformá-la em negócio, então aproveite", finaliza a egressa.