Professor da Uniube comenta projeção de aumento do câncer colorretal no país | Acontece na Uniube

Professor da Uniube comenta projeção de aumento do câncer colorretal no país

13 de agosto de 25
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Raíssa Nascimento


A mortalidade por câncer colorretal deve crescer 36,3% no Brasil nos próximos 15 anos, alerta o coloproctologista e professor da Uniube, Aurélio Zago. Estudo da Fundação do Câncer aponta que homens e mulheres serão impactados de forma significativa, com a Região Sudeste concentrando o maior número absoluto de casos. Segundo o especialista, o aumento está ligado a hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, obesidade, envelhecimento populacional e diagnósticos tardios. 


O câncer colorretal, silencioso nas fases iniciais, é altamente prevenível quando detectado precocemente. Aurélio Zago destaca que muitos casos no Brasil ainda são identificados tardiamente devido à falta de políticas públicas estruturadas de rastreamento, baixa adesão a exames preventivos e resistência à colonoscopia. 


Entre os sinais de alerta estão sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal, dor abdominal frequente, anemia inexplicável, perda de peso involuntária e sensação de evacuação incompleta. Para prevenção, o especialista recomenda hábitos saudáveis, como dieta rica em fibras, frutas e verduras, redução de carnes processadas, atividade física regular, controle de peso e moderação no consumo de álcool. 


O rastreamento do câncer colorretal é recomendado pelo SUS para pessoas entre 50 e 75 anos, com teste de sangue oculto nas fezes a cada dois anos e colonoscopia em caso de resultado positivo. No entanto, entidades internacionais sugerem iniciar a colonoscopia a partir dos 45 anos. Grupos de risco, como pessoas com histórico familiar da doença ou portadores de doenças inflamatórias intestinais, devem começar a prevenção antes dos 50 anos. 


"Detectar pólipos e removê-los durante a colonoscopia interrompe o desenvolvimento do câncer, salvando vidas. A prevenção e o diagnóstico precoce dependem de informação e acompanhamento contínuo, e a integração entre médicos e equipes de saúde é fundamental", explica Zago. 


Países que possuem programas nacionais de rastreamento estruturados, como EUA, Japão e algumas nações europeias, conseguiram reduzir a mortalidade ao tratar lesões precocemente, mostrando que ações sistemáticas podem salvar milhares de vidas no Brasil. 


"Não espere sentir sintomas. Converse com seu médico sobre rastreamento e mantenha hábitos de vida saudáveis. O câncer de intestino é silencioso, mas prevenível e curável quando identificado cedo", reforça o professor da Uniube.