Primeiro workshop sobre Ferrovia do Cerrado reúne pesquisadores e profissionais da área
Na última sexta-feira (29), aconteceu, na Uniube Uberlândia, o 1º Workshop EF-262: Ferrovia do Cerrado. O evento teve como objetivo debater assuntos técnicos ferroviários, ações e estratégias necessárias para a implantação da Ferrovia EF-262, trecho Alto Araguaia/MT-Uberlândia/MG, que é indispensável para a integração da região Centro-Oeste e do Brasil. O workshop reuniu diversos empresários e profissionais interessados em investir ou melhorar os conhecimentos sobre a área ferroviária.
O professor no curso de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Mato Grosso e palestrante no workshop, Luiz Miguel de Miranda, defendeu o evento e a necessidade de ações mais efetivas na ampliação da malha ferroviária nacional. “A nossa vinda à Uniube é uma oportunidade primorosa para que nós, junto com os outros professores, possamos estudar a alternativa da ligação ferroviária entre a região do Alto Araguaia e Uberlândia”, disse.
A proposta desse trecho está inserida no plano nacional de viação, de 2010. Porém, na época, não se obteve interesse na construção do trecho. Já com o aumento da demanda na região Central do Brasil, o assunto voltou a ser pauta de pesquisadores e empresários da região. “Atualmente, as rodovias da região Central do Brasil sofrem com um trânsito de 40 milhões de toneladas em cargas, o que explica a degradação avançada”, disse Miranda.
Para o engenheiro agrônomo e presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado do Mato Grosso, João Pedro Valente, a implantação da ferrovia é urgente para que se possa ter fretes mais baratos e, assim, melhorar a competição com o restante do país. “É um movimento extremamente importante para toda a sociedade e para o agronegócio do Mato Grosso em especial. O estado é um dos principais produtores de grãos do país, onde todo o escoamento se dá por meios rodoviários e fretes com preços elevados”, afirmou.
Ainda de acordo com Valente, iniciativas como essa, que procuram viabilizar a implantação de ferrovias para o estado, são extremamente importantes e precisam ser discutidas com toda a sociedade e governo. “Cabe agora às lideranças tomarem a inciativa. O poder público precisa ser alimentado e assessorado com informações para que ele possa investir com qualidade”, ressaltou o presidente do CREA de Mato Grosso.
Para o coordenador do curso de Engenharia Civil da Uniube Uberlândia, professor Carlos Barreiro, a participação da Uniube em um assunto tão importante, que contempla as áreas de competência dos egressos, é essencial, visto que a inovação no setor produtivo tem como consequência o desenvolvimento do país. “A proposta surgiu no Mato Grosso e acabou ganhando força em toda região, principalmente com os demais setores da economia ‘comprando’ a ideia”, completa.
“Atualmente, toda nossa malha ferroviária é fracionada, então houve essa proposta do Mato Grosso e, a partir daí, a discussão foi trazida para o Triângulo Mineiro, que, com a implantação, será o ponto de encontro da nova ferrovia com outro projeto, a Norte-Sul”, finalizou Barreiro.