Pesquisa de professora da Uniube investiga nova vacina para controle da Tripanosomíase bovina | Acontece na Uniube

Pesquisa de professora da Uniube investiga nova vacina para controle da Tripanosomíase bovina

13 de dezembro de 22
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A professora do curso de Medicina Veterinária da Uniube e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos (PPGSPAT), Joely Bittar, teve trabalho aprovado com excelência pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O projeto visa investigar uma nova terapia (vacina) para o controle da tripanosomíase bovina, uma doença que afeta a saúde e a produtividade do rebanho.


O Trypanosoma vivax é o protozoário encontrado na corrente sanguínea de bovinos e causador da tripanosomíase ou tripanosomose. Sua transmissão se dá, principalmente, por meio de moscas hematófagas [alimentam de sangue] ou por agulhas contaminadas com sangue de animal doente, o que permite a propagação da doença para todo o rebanho. "Ela impacta negativamente os setores de leite e carne (queda 25% produção de leite e 45% na taxa de prenhez), refletindo ainda em centrais de coleta e comercialização de sêmen e na cadeia produtiva do leite (queijo artesanal e/ou industrial). Sabe-se que as exportações brasileiras de leite e sêmen estão em expansão, foram 21,1 mil toneladas de leite exportados, 45,6% acima do volume escoado no mesmo período de 2020 e as exportações de sêmen praticamente duplicaram ? foram 403.156", complementa a professora Joely.


Dessa forma, o investimento na vacina que proporciona o controle e prevenção da doença é essencial para a pecuária nacional. "Investir em tecnologias (vacinas) que melhorem a sanidade da bovinocultura é essencial para o agronegócio pois este é responsável por 26,6% do PIB brasileiro, sendo a pecuária responsável por 32% do PIB do agronegócio. Além de elevar a pesquisa mineira a um grau de desenvolvimento de imunógenos importante, abrindo perspectivas para o controle de outras enfermidades que comprometem a pecuária como Neosporose (também desenvolvida pela equipe)", complementa.


A vacina que o projeto propõe é composta por uma proteína quimérica construída e patenteada pela equipe. "Ela já foi previamente testada em laboratório com excelentes resultados e agora é importante avaliar o seu potencial imunogênico in vivo (nos bovinos) e se inibirá a eliminação do parasita via sêmen. Posteriormente, poderá ser aplicável de maneira direta no setor agropecuário, contribuindo assim para melhorar a sanidade e consequentemente aumentar a produtividade do rebanho bovino", explica a professora Joely.


Fazem parte da pesquisa também: os professores da Uniube Ian Martin, Eustáquio Bittar e Guilherme Venturini; e os representantes da Epamig, André Penido, da Universidade Federal de Viçosa, Tiago Mendes, e do Centro de Pesquisa René Rachou da Fiocruz (BH), Olindo Assis e Márcio Araújo.  O projeto foi aprovado com excelência e receberá verba para o desenvolvimento. "A Fapemig é um órgão de fomento do estado de Minas Gerais e visa fornecer aporte financeiro às pesquisas de qualidade desenvolvidas em universidades federais, particulares e centros de pesquisa do estado, então ter um projeto aprovado no valor de R$72.744,00 (categoria B valor máximo cedido: R$80000,00) mostra a qualidade do trabalho que estamos desenvolvendo junto à universidade".


 Todo o projeto também é repassado aos alunos como forma de novos aprendizados e contato prático com a área. "A pesquisa tem um impacto direto na formação e qualificação de alunos da graduação e pós-graduação (futuros pesquisadores) pois aprenderão novas técnicas e metodologias e participarão de um trabalho com aplicabilidade para médicos veterinários, produtores rurais e para o mercado", finaliza a professora.