Pesquisa de mestrando transforma resíduo do malte em alternativa para baratear produção de papel | Acontece na Uniube

Pesquisa de mestrando transforma resíduo do malte em alternativa para baratear produção de papel

09 de dezembro de 25
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O aluno de Mestrado de Engenharia Química da Uniube, Alexsander Correa, desenvolveu para o trabalho de conclusão do curso (TCC), um estudo que avalia a aplicação de celulose extraída do malte (resíduo gerado na produção de cerveja) na fabricação de papel tissue. A pesquisa inclui ensaios de tração no material e busca reduzir o volume de descarte deste resíduo, além de contribuir para a diminuição de custos na produção do insumo. 


Segundo Alexsander, a reciclagem utilizada para a fabricação de papel branco tem baixa adesão, o que pode levar à escassez de matéria-prima. "As grandes capitais geram bastante material, mas não o suficiente para atender a demanda do país. Se a gente torce pelo crescimento do Brasil, é possível que, no futuro, não haja volume adequado para a produção de papel. Se conseguirmos, com esse material, reduzir a utilização de celulose de árvores e de outros reciclados, vamos baratear o preço do papel tissue no mercado", explica. 


O mestrando, que também é proprietário de uma indústria do segmento, conta que a vivência no setor ajudou a identificar a oportunidade de inovação. "Conversamos muito com as empresas em busca de papel de qualidade e, em uma dessas trocas, percebemos que não há matéria-prima suficiente para sustentar o nosso trabalho. Propus a ideia de utilizar o malte na fabricação de tissue, e uma empresa do Rio de Janeiro achou interessante. A partir disso, comecei a desenvolver o projeto. Os resultados têm sido muito positivos. Na próxima etapa, vamos testar a mistura com outros materiais para verificar se o padrão esperado se mantém", pontua. 


O coordenador do mestrado em Engenharia Química da Uniube, José Roberto Delalibera Finzer, destaca o potencial da pesquisa para fortalecer práticas de economia circular. "Esse coproduto pode reinventar a produção de papel. Esse é o conceito do mundo hoje: reaproveitar para não ficar sem. Ações assim geram recursos financeiros muito altos, uma vez que a indústria química está presente em tudo o que tocamos e observamos", afirma. 


Para o futuro, Alexsander diz que a expectativa é aprimorar o estudo e avançar nas etapas de aplicação. "Um estudo nunca termina em um ponto final. Sempre surgem novas perguntas e a necessidade de melhorar o processo. Em todas as etapas, precisamos pensar em reduzir custos de produção e de venda. Não podemos propor algo que aumente o custo. Buscamos sustentabilidade e também reduzir o consumo e a utilização de papel tissue", conclui. 


Pâmela Rita