Odontologia Uniube aprova projeto de revestimento lúdico para vacinas em edital do Sebrae
A professora do curso de Odontologia e da especialização em Odontopediatria da Uniube, doutora Maria Angélica Hueb de Menezes Oliveira, teve o projeto Revestimento Lúdico para Vacinas em Crianças, aprovado para a 2ª Fase do Edital Catalisa ICT. A iniciativa é articulada pelo Sebrae, em parceria com entidades do ecossistema nacional de inovação, e tem o objetivo de acelerar e fomentar negócios inovadores de base tecnológica para alavancar a geração de riqueza e bem-estar na sociedade.
O projeto de revestimento lúdico para vacinas em crianças foi criado em 2016 e tem o propósito de minimizar o medo da criança no momento da vacinação. "O Revestimento tem formato de animais da fauna brasileira, e é confeccionado em biopolímero flexível, descartável, atóxico, com cheiro de tutti-frutti e que se ajusta e esconde a seringa e a agulha, no momento da vacinação. Após a vacinação, a criança recebe o/a mascote usado como revestimento e um folder explicativo sobre os tipos de doenças infantis, a importância da vacinação e os cuidados na preservação dos animais da fauna brasileira", explica a professora Maria Angélica.
Por meio das histórias contadas, é possível, dessa forma, motivar a vacinação, bem como estimular a família a manter a caderneta de vacinação em dia. "Quando o profissional consegue entrar no mundo da fantasia da criança, a aceitação torna-se mais fácil. Por isso, o projeto constitui uma excelente oportunidade de agregar valor a esse serviço essencial, tanto pelo Programa Nacional de Vacinação quanto , também, em clínicas especializadas e pertencentes à iniciativa privada, fortalecendo a promoção da saúde e atuando diretamente na prevenção de doenças da infância".
O projeto teve patente concedida em 2020 e a transferência de tecnologia permitiu a comercialização no Brasil e em 21 países. "A aprovação no Edital Catalisa ICT vem como um prêmio para coroar o projeto idealizado e desenvolvido na Uniube na área da Odontologia, juntamente com o Professor Dr. Fernando Hueb de Menezes, que está sempre atuando, tanto no âmbito da graduação quantoda pós-graduação, para favorecer a inovação tecnológica e já conquistou muitos resultados expressivos que geraram patentes e transferência de tecnologia", continua Maria Angélica.
Compõem a equipe do projeto, a coordenadora da Incubadora de Empresas da Uniube (Unitecne), Dionir Andrade, com a pré-incubação do projeto; o professor dos cursos de Engenharia da Uniube Uberlândia, Júlio Almeida Borges, com experiência empreendedora e desenvolvimento e validação de protótipos; e o ex-aluno de Engenharia da Computação da Uniube e colaborador Tiago Antônio Borba Oliveira, que tem expertise na elaboração dos modelos tridimensionais para confecção dos protótipos por meio do processo de impressão 3D dos moldes.
Para Dionir Andrade, a integração do projeto com a incubadora é fundamental. "Foi por meio dessa parceria que a empreendedora teve acesso ao Edital e à capacitação para participar de todas as etapas do processo. E neste ano de 2022, a incubadora poderá contribuir ainda mais com o apoio do Uniube Maker, a ser inaugurado em novembro, que é um laboratório de prototipação de produtos e processos equipado com impressoras 3D, fresadora, CNC Router, Plotter e outras ferramentas de fabricação digital e prototipação rápida, controladas por computador e operando com os mais diversos materiais de suporte para permitir a fabricação rápida, flexível e de baixo custo para os testes de conceito, protótipos e aplicações", pontua Dionir.
Etapas no Catalisa ICT
O Catalisa ICT compreende uma jornada de aceleração, com várias etapas, com duração de aproximadamente quatro anos. Ele compreende a criação de empresas de base tecnológica, por mestres/mestrandos e doutores/doutorandos; a transferência de tecnologia de pesquisadores e universidades para empresas; também, a inserção de mestres e doutores em pequenos negócios.
O Plano de Inovação, documento estratégico para orientar a exploração de oportunidades de inovação a partir da pesquisa, foi aprovado para a etapa 2 do CATALISA ICT ? APRENDER e ESTRUTURAR, com aporte de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para o desenvolvimento do projeto, durante um período de 12 meses.
"Nesta etapa estão previstas as atividades diversas como elaboração de desenhos para confecção dos protótipos, desenvolvimento do molde, validação do protótipo e desenvolvimento de embalagens para armazenamento dos revestimentos para vacina. Também será feita a produção de conteúdo lúdico explicativo para compor o folder sobre o projeto e o produto", explica a professora.
Planos futuros
Em 2023 o projeto vai concorrer nas etapas "Desenvolver e Testa", cujo propósito é fazer a aproximação entre os negócios criados e as empresas inovadoras para o compartilhamento de infraestrutura, incubação ou aceleração. Na última etapa, "Inovar e Escalar", será feita a aproximação dos pesquisadores com investidores para acesso a capital empreendedor e estímulo a internacionalização das empresas criadas. Nesta última fase, os projetos aprovados receberão aporte de R$ 400.000,00.
"O projeto Revestimento Lúdico para vacinas em Crianças, foi aprovado também na primeira fase do Programa Centelha MG, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. Aos projetos selecionados, o Programa oferecerá capacitações, recursos financeiros e outros tipos de suporte, a fim de impulsionar a transformação de ideias em negócios de sucesso. Por isso, essas aprovações em editais são importantes para o desenvolvimento do projeto, e para nortear os próximos passos. Demonstram a importância da inovação nas Universidades e consolidam a relevância de transformar pesquisa em produto. O apoio e reconhecimento da Uniube são fundamentais para o sucesso do projeto".
Ainda segundo a professora, essas inovações são de extrema importância no âmbito universitário. "A Uniube incentiva e auxilia a inovação, por meio do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Incubadora de Empresas. Vários projetos de Mestrado e Iniciação Científica têma prototipagem realizada com o apoio da Universidade. O grampo de polímero, também desenvolvido na Universidade, teve o envolvimento de docentes, alunos de iniciação e mestrado e resultou na publicação do artigo Polyethylene terephthalate clamps: Optimization in endodontic and restorative practices. Em setembro, recebemos com esse trabalho o convite para apresentação do trabalho na conference "2nd Global Conference on Polymers Plastics and Composites", em Londres", finaliza.