Mito ou verdade: chocolate para animais de estimação faz mal?
O Brasil representa o terceiro maior mercado de chocolates no mundo, segundo a Associação de Chocolate, Biscoitos e Confeitaria Francesa (Caobisco). Na Páscoa, o produto está espalhado por todo lado. Nos supermercados, em casa, seja doce ou amargo. Se para muita gente um pedaço de chocolate melhora o humor, como esse mesmo pedacinho reage no organismo dos animais de estimação?
Muitos acreditam ser mito, mas é verdade. O chocolate é um veneno para os pets, segundo os veterinários. Ainda que saboroso, algumas substâncias presentes no chocolate são tóxicas para os bichinhos, como a teobromina e a acafeína. Elas são encontradas, principalmente, nos chocolates amargos, mas nenhum tipo é recomendado, apenas os feitos especialmente para animais.
De acordo com o gerente clínico do Hospital Veterinário de Uberaba, professor Cláudio Yudi, os sintomas do consumo de chocolate vão desde vômitos até convulsões, que podem até matar. “Os principais sintomas detectados pelos tutores são diarreia, vômito, tremores nas patas, fraqueza, aumento da quantidade de ingestão de água, aumento do volume de urina, febre e convulsão. Os sintomas aparecem entre seis e 12 horas após a ingestão e podem ocasionar até a morte do animal”, explica Yudi.
O veterinário alerta ainda que não existe tratamento específico para esse tipo de intoxicação, sendo necessário, na maioria das vezes, a internação do animal e controle dos sintomas por meio de medicamentos e fluido terapia.
Além disso, Yudi aponta que fazer um agrado aos pets com guloseimas e mordomias é bom, mas é preciso ter responsabilidade na alimentação para que não haja exageros. No mercado, existem petiscos específicos para cada tipo de animal. E no período da Páscoa, o cuidado com o chocolate deve ser redobrado. “Existem diversos substitutos para o chocolate, como guloseima a base de soja, amido com aroma de chocolate e não tóxico aos animais. Esses produtos existem em diversas marcas e podem ser um atrativo comercial nesta época do ano, mas devemos ressaltar que esses produtos não substituem a alimentação diária realizada, por exemplo, com rações comerciais”, finaliza.