Jogos de tabuleiro podem ajudar na prevenção da demência, explica especialista da Uniube
Raíssa Nascimento
"Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo, especialmente na terceira idade." É com essa reflexão que o psicólogo e professor da Uniube, Matheus Félix, destaca a importância da estimulação cognitiva em idosos.
Um estudo sistemático e meta-análise publicado em 2024 mostrou que jogos de tabuleiro tradicionais têm impacto positivo na saúde do cérebro, ajudando a melhorar funções como memória, atenção e raciocínio, conforme comprovado em testes clínicos. Na prática, além de proporcionar momentos de convivência e afeto, esses jogos podem contribuir para a prevenção ou retardamento da progressão de doenças como Alzheimer e outros tipos de demência.
Segundo o especialista, os primeiros sinais de alerta que familiares e cuidadores devem observar incluem lapsos frequentes de memória, dificuldade em executar tarefas simples do dia a dia, mudanças de comportamento, desorientação em lugares conhecidos e dificuldades crescentes de comunicação. "Esses sintomas precisam ser acompanhados de perto, pois quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será o manejo da doença", alerta.
Impactos na cognição e no comportamento
O psicólogo explica que a demência não afeta apenas a memória. "Ela compromete funções importantes, como atenção, linguagem, tomada de decisões e capacidade de resolver problemas. Além disso, pode provocar alterações de humor, ansiedade e até depressão. Tudo isso impacta diretamente a autonomia do paciente e a vida familiar", afirma.
Jogos de tabuleiro como aliados
Mas como as atividades cognitivas podem ajudar? O professor esclarece que práticas como os jogos de tabuleiro funcionam como ferramentas poderosas de estimulação. "Esses jogos exigem memória de curto e longo prazo, atenção, raciocínio lógico, estratégia e linguagem. Ou seja, trabalham várias funções cognitivas de forma integrada, o que pode ajudar a retardar a progressão da demência", comenta.
Na prática, Matheus ressalta que os jogos também oferecem benefícios sociais e emocionais. "Eles estimulam a interação, a convivência em grupo, a troca de experiências e até o humor. Isso ajuda a combater o isolamento e fortalece vínculos familiares, fundamentais para a qualidade de vida dos idosos", completa.
Prevenção e papel da família
Com o envelhecimento populacional, falar sobre prevenção e estimulação cognitiva torna-se cada vez mais urgente. "No Brasil, a população idosa cresce rapidamente, e precisamos pensar não apenas em viver mais, mas em viver melhor. Estimular o cérebro ao longo da vida é uma forma de cuidar da saúde futura", ressalta o professor.
Ele reforça ainda que a família tem papel essencial. "O estímulo cognitivo precisa ser diário, com jogos, leituras, conversas e atividades sociais. São práticas educativas que ajudam a manter a mente ativa e proporcionam mais dignidade e autonomia aos idosos", finaliza.
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