Janeiro Branco: psicólogo da Uniube explica sobre o mês da saúde mental | Acontece na Uniube

Janeiro Branco: psicólogo da Uniube explica sobre o mês da saúde mental

23 de dezembro de 22
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Neste mês é comemorado o Janeiro Branco, uma campanha que tem o objetivo de chamar a atenção de todos para temas relacionados à saúde mental e emocional. O primeiro mês do ano foi escolhido estrategicamente para a campanha, já que visa alertar a importância de começar um novo ciclo de forma mais saudável e com máximo cuidado com as emoções. O psicólogo da Uniube, gerente do Instituto Maria Modesto, Sérgio Marçal, explica um pouco mais sobre a campanha e a importância de debater o tema.


- O que é a campanha Janeiro Branco?


Sérgio Marçal: é uma campanha no modelo dos meses coloridos, a exemplo do Outubro Rosa e Novembro Azul. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para as demandas de Saúde Mental das pessoas e das instituições, visando a construção de uma cultura de cuidado e promoção da saúde mental.   



- Qual a importância dela na atualidade?


Sérgio Marçal: falar de saúde mental no Janeiro Branco tem relação com os planos que comumente as pessoas fazem todos os finais de ano para o ano que se inicia. Especificamente nos tempos atuais, sensibilizar e informar as pessoas para perceberem o próprio sofrimento emocional e buscarem ajuda para as questões que não conseguem manejar sozinhas é fundamental, uma vez que nossa sociedade se encontra em ritmo de adoecimento mental importante. Assim, perceber o sofrimento e cuidar do mesmo antes que se transforme em doença é essencial não apenas para evitar adoecimentos graves, como para preservar a qualidade de vida das pessoas e suas relações sociais. Não devemos esquecer que o Brasil por exemplo, é líder mundial no consumo de uma classe de medicamentos para dormir chamados de benzodiazepínicos, e que os transtornos mentais, principalmente a depressão, são a principal causa de afastamento do trabalho e incapacidade no país e no planeta. 

- Como as empresas e instituições podem trabalhar o tema "Saúde Mental"?


Sérgio Marçal: inicialmente, é essencial compreender que a Saúde Mental não está dissociada da saúde como um todo, assim, deve-se falar de saúde mental assim como se fala de saúde da mulher, saúde do homem, hipertensão, diabetes e outras doenças. Essa conversa educativa deve ser fomentada o ano todo, principalmente para que as pessoas se sintam confortáveis e seguras para falar de seus incômodos emocionais sem sensações morais, uma vez que nossa cultura tradicionalmente deposita o sofrimento mental e emocional no lugar de fraqueza, reproduzindo discursos de força e evitação do choro. É importante estar atento à criação de uma cultura de cuidado da saúde mental ininterrupta, e da procura, sem constrangimentos, de apoio especializado de profissionais da área, como psicólogos e psiquiatras. 


- Quais as dicas e orientações deixa para o cuidado com a mente?


Sérgio Marçal: eu oriento que as pessoas não se esqueçam que sofrer pode fazer parte da nossa existência, mas adoecer emocionalmente é evitável se acessarmos cuidado no tempo certo. Assim, todo incômodo que se arrasta ao longo do tempo pode se transformar em adoecimento, por isso, resolver problemas colabora para evitar adoecimento mental. Nesse sentido, é essencial o autocuidado em saúde mental. Trata-se da construção de uma nova cultura sobre o assunto. Avançamos um pouco no cuidado do corpo, na construção da noção de não procurar cuidado apenas quando estivermos doentes e com dores, e o mesmo deve ser feito com a saúde mental. Se o incômodo perdura, não passa, produz sofrimento e a pessoa não se sente capaz de resolvê-lo sozinha, é necessário procurar ajuda profissional. Não há porque sofrer sozinho e em silêncio, se há recurso para lidar com isso. Nesse sentido, o ditado popular é sempre vivo e válido: "É sempre melhor prevenir do que remediar", e eu emendaria: "Se precisar remediar, remedie, pois viver é um presente que não pode ser desperdiçado com o prolongamento de dores que podem ser evitadas ou aliviadas".  Procure ajuda profissional sempre e se cuide, pois viver é muito mais que sobreviver ou suportar a vida, e a melhor versão de cada pessoa pode estar muito próxima do que se pensa!