HVU já recebeu três tamanduás após início do período de seca | Acontece na Uniube

HVU já recebeu três tamanduás após início do período de seca

22 de junho de 23
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No período de seca, os tamanduás saem a procura de alimento e ficam mais suscetíveis a atropelamentos


O Hospital Veterinário da Uniube (HVU) já recebeu três tamanduás com suspeita de atropelamento após início do período de seca, quando esses animais andam mais a procura de alimento. O primeiro animal, um tamanduá jovem, que foi apelidado como André, chegou encaminhado de Iturama pela Polícia Ambiental. Durante a avaliação, ele passou por um raio-X, que constatou fratura de rádio e ulna (antebraço) e no fêmur. O segundo tamanduá chegou ao HVU recém-nascido, e foi apelidada de Sheilla. Ela foi encontrada em uma região de fazenda, e chegou com uma fratura na pata traseira, mas não precisou de nenhum procedimento cirúrgico, apenas medicamentos neuropáticos e talas. Já o terceiro animal, um tamanduá recém-nascido, apelidado de Chico, tem aproximadamente 15 dias de vida, foi resgatado na Capelinha do Barreiro, pelo Corpo de Bombeiros, sem a mamãe. Os três tamanduás estão sendo acompanhados e avaliados pela equipe do HVU.


De acordo com a médica-veterinária, responsável pelo setor de Animais Silvestres do HVU, Lara Bizinoto, o primeiro animal chegou com fraturas expostas e pneumotórax, e passou por cirurgia para estabilização do quadro. "O animal recebeu o primeiro atendimento em uma clínica de Iturama, e passou por um raio-X do corpo todo, que constatou uma fratura de rádio e ulna (antebraço), e fratura no fêmur, os dois no lado esquerdo. O rádio e a ulna foram estabilizadas pelo profissional com uma tala e ele foi enviado para o HVU. Refizemos o raio-X e constatamos as fraturas e também um quadro de pneumotórax por conta do atropelamento, onde o ar escapa do pulmão e vai para a cavidade torácica, dificultando a respiração do animal, pois o pulmão é comprimido. Ele passou por procedimento cirúrgico para fazer a osteossíntese de rádio e ulna, que foi o primeiro passo que o professor, Endrigo Gabellini, decidiu fazer por estar com uma fratura exposta. Foi utilizado um pino intramedular na ulna e uma placa no rádio para a estabilização dos dois ossos, e passamos um dreno torácico do lado esquerdo e um do lado direito", explica.


Após a cirurgia, os exames de sangue mostraram que ele estava anêmico, pois perdeu sangue no atropelamento e durante a cirurgia, que é bastante cruenta. "Agora que o André já está melhor, vamos refazer o raio-X para ver como está o fêmur, porque já faz um tempo que ocorreu essa fratura. Precisamos entender como a fratura está, se ela consolidou de alguma outra forma, para o professor programar a próxima cirurgia. O animal não apresenta mais pneumotórax, com o tempo e com a drenagem do ar, o pulmão vai cicatrizando e aí ocorre a parada desse vazamento de ar na cavidade torácica", conta Lara.


O tamanduá Chico, recém-nascido, chegou ao HVU resgatado pelo Corpo de Bombeiros, foi encontrado na capelinha do Barreiro e não se tem notícias da mãe. "Esse animal, quando é filhote, fica agarrado no dorso da mãe, e nesse caso não sabemos o que aconteceu, se ele foi atropelado e o pessoal resgatou o filhote, ou se por ventura aconteceu alguma coisa com a mãe que o filhote acabou caindo do dorso dela e foi encontrado. O que temos de histórico é que ele foi encontrado na Capelinha do Barreiro, os Bombeiros o trouxeram para o HVU e ele está apresentando um andar cambaleante, principalmente dos membros posteriores. Ele passou por exames, e não foi encontrada nenhuma lesão óssea. Iniciamos o tratamento com acupuntura e fisioterapia, e ele já está respondendo positivamente", pontua.


Recomendação


A médica-veterinária, Francynny Eulálio, faz parte da equipe do HVU e está acompanhando a evolução dos três animais, e dá dicas caso a população encontre algum tamanduá. "O ideal é entrar em contato com a Polícia do Meio Ambiente, Polícia Militar ou até mesmo o Corpo de Bombeiros, para realizarem o resgate. O importante é nunca tentar manusear esses animais. Nós, médicos-veterinários, temos que trabalhar com eles, mas os populares não, é muito importante tomar cuidado para não se machucar", finaliza.