Hepatites virais: prevenção e informação no centro da campanha Julho Amarelo

Raíssa Nascimento

Gastroenterologista Jéssica Freitas esclarece dúvidas essenciais sobre diagnóstico, tratamento e prevenção

Julho Amarelo nos lembra que o silêncio das hepatites virais pode custar caro. Muitas vezes assintomáticas nas fases iniciais, essas infecções podem evoluir para quadros graves como cirrose e câncer de fígado. Por isso, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento são fundamentais.

A gastroenterologista e professora da Uniube, Jéssica Freitas, responde de forma objetiva a perguntas-chave sobre o tema e reforça que "prevenir ainda é o melhor caminho."

Quais são os principais tipos de hepatites virais e como cada um é transmitido?

Jéssica Freitas: As mais comuns são as hepatites A, B e C. A hepatite A é transmitida por água e alimentos contaminados. Já a B e a C são transmitidas por contato com sangue contaminado, relações sexuais sem preservativo e compartilhamento de objetos cortantes ou seringas.

Quais sintomas podem indicar a presença de hepatite, mesmo nas fases iniciais da doença?

Jéssica Freitas: Muitas vezes a hepatite viral é silenciosa. Mas quando há sintomas, podem incluir cansaço, enjoo, dor abdominal, urina escura, fezes claras e pele ou olhos amarelados.

Como é feito o diagnóstico e qual a importância de testagens regulares, especialmente em grupos de risco?

Jéssica Freitas: O diagnóstico é feito por exame de sangue. Grupos de risco como profissionais da saúde, pessoas que já receberam transfusão antes de 1993, usuários de drogas e pessoas com múltiplos parceiros devem se testar regularmente. O SUS oferece testagem gratuita e rápida.

Quais são os tratamentos disponíveis atualmente para as hepatites virais e qual o índice de cura?

Jéssica Freitas: Para a hepatite C, o tratamento é via oral, com taxa de cura superior a 95%. Já a hepatite B não tem cura, mas é controlável com medicamentos que reduzem a carga viral e evitam complicações. A hepatite A geralmente se resolve sozinha. com o próprio sistema imunológico do corpo combatendo o vírus

Que medidas de prevenção são mais eficazes e como a população pode acessá-las pelo SUS?

Jéssica Freitas: A vacinação contra as hepatites A e B está disponível gratuitamente no SUS. Outras medidas incluem higiene adequada, uso de preservativos e não compartilhar objetos cortantes. Fazer manicure e tatuagens em locais com materiais devidamente esterilizados.

 E você já fez sorologia para hepatites virais alguma vez? Prevenir ainda é o melhor caminho.