Fábio William estreia no Jornal Nacional neste sábado | Acontece na Uniube

Fábio William estreia no Jornal Nacional neste sábado

05 de outubro de 19
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Foi aos 20 anos, quando ainda estava no início do curso de Jornalismo, que Fábio William apresentou, pela primeira vez, um telejornal ao vivo. O então Factorama era transmitido pela TV Uberaba, afiliada da extinta Rede Manchete, na hora do almoço. Tinha tudo para ser uma estreia como qualquer outra, se não fosse a maneira inusitada como aconteceu. Fábio tinha sido convidado para fazer um teste na emissora por incentivo de uma professora. Seria o primeiro contato dele com TV, depois de ter trabalhado por um ano em rádio.


“Eu cheguei às 10h para fazer o teste. Quando eram 11h15, mais ou menos, eu estava lá, sentado no corredor da televisão, e veio um senhor correndo, enlouquecido e gritando: ‘cadê o rapaz para fazer o teste, cadê o rapaz para fazer o teste?’. Levantei a mão: sou eu. ‘Vamos lá, vamos lá.’ Eu falei: vou fazer o teste agora? Ele: ‘não, você vai apresentar o jornal ao vivo, porque o apresentador não veio, não tem quem faça, você vai fazer.’ E eu perguntei: a que horas é o jornal?. Ele disse: ‘11h20.’ Eu estava de camisa normal, sentei, acenderam os refletores todos e ele falou assim: ‘vai aparecer a sua cara aqui, você lê isso aqui.’. Não tinha teleprompter. Quando eu vi a minha cara no monitor, comecei. E esse foi o meu começo na televisão, fazendo um teste ao vivo, apresentando um jornal ao vivo, por incrível que pareça", relembrou Fábio em depoimento ao projeto Memória Globo, portal de acervo da emissora.


Hoje, aos 53 anos — 35 só de profissão ­—, ele está prestes a estrear como apresentador do telejornal mais assistido no país: o Jornal Nacional, da Rede Globo. Dessa vez, sem improviso. Fábio viajou para o Rio de Janeiro (RJ), nesta quarta-feira (02), para uma maratona de preparação antes de cobrir, oficialmente, a folga dos titulares William Bonner e Renata Vasconcellos, no próximo sábado (05).


A oportunidade de comandar o JN surgiu em meios às comemorações de 50 anos do telejornal, ocasião em que a emissora selecionou jornalistas de 26 Estados mais o Distrito Federal para ocuparem, por um dia, a função de apresentador. Fábio vai representar a região de Brasília (DF), onde atua como editor-chefe e âncora do DF1, jornal local da Globo na capital Federal.


Fábio William formou-se em Jornalismo em 1987 pela Universidade de Uberaba (Uniube). Também estudou Psicologia e fez pós-graduação em Psicologia Clínica, conciliando as duas profissões. Antes da estreia inusitada na TV Uberaba, trabalhou na Rádio Sete Colinas AM. Mais tarde, foi para Brasília, onde atuou como locutor de rádio e repórter nas TVs Record, Bandeirantes e Apoio. Há 23 anos, ele está na Globo, onde acumula uma vasta experiência como repórter e apresentador de telejornais.


Em meio à correria e ansiedade na semana de estreia no Jornal Nacional, Fábio reservou um tempo para esta entrevista. Ele conta o que representa ocupar a bancada do telejornal; quais características são essenciais para ser um bom jornalista; cita as lembranças da época de universidade; e o vínculo que ainda tem com a cidade mineira onde estudou. “Tenho uma relação umbilical com Uberaba”, diz.


 


Como você recebeu a notícia de que participaria do rodízio especial do Jornal Nacional?


Com surpresa e felicidade. Qualquer um dos meus colegas de Brasília estaria à altura de representar bem o Distrito Federal. Espero fazer o meu melhor para corresponder à imensa responsabilidade.


Para muitos jornalistas, ocupar a bancada do Jornal Nacional é o reconhecimento mais alto no telejornalismo. Para você, o que representa esse momento?


É exatamente isso. É a coroação do profissional de telejornalismo. É um sonho que eu tenho a felicidade de realizar depois de 35 anos de profissão.


Como repórter da Globo, você já participou de todos os telejornais da emissora. Como apresentador, já atuou na Globo News, eventualmente no Bom Dia Brasil, e também faz parte do Jornal Hoje, além de ser o titular do DF1. Agora terá a oportunidade de comandar o Jornal Nacional. Existe algo na carreira que ainda deseja conquistar?


Tudo! Ainda tenho todas as reportagens a fazer, todos os telejornais a apresentar. Não me vejo tendo conquistado nada. A ideia de ter conquistado me parece estagnante. Ainda tenho muito a aprender e fazer. E isso é real e muito claro dentro de mim. Apesar dos 35 anos de carreira, me sinto um novato ávido por aprender e fazer.


Na sua opinião, quais características são essenciais para ser um bom jornalista?


As mesmas que são necessárias para, na minha opinião, ser uma boa pessoa: perseguir incessantemente a verdade, ser amante da justiça, não relativizar a honestidade, estudar muito, ler muito, trabalhar ‘muuuuito’ e ser perseverante.


Quais são as suas lembranças da época de universidade? Ainda tem contato com os colegas de turma?


Foi uma das melhores épocas da minha vida, que eu me lembro com saudade. Há dois anos, quando completamos 30 anos de formatura, parte da turma formou um grupo de WhatsApp. De lá para cá, temos mantido contato e está sendo muito bom.


E de Uberaba, quais as suas lembranças? Qual a sua relação com a cidade atualmente?


Tenho uma relação umbilical com Uberaba. Meus pais são de Uberaba e moram na cidade. Meu irmão, minha sobrinha, meus tios e primos estão todo aí. Uberaba é meu porto seguro e meu refúgio sempre que consigo uma folga aqui. A cidade faz parte da minha vida.