Ex-aluna da Uniube participa de pesquisa que comprova alteração de enzimas celulares em pacientes graves com Covid-19
A ex-aluna do curso de Enfermagem da Uniube, Tauana Fernandes Vasconcelos, participou de um estudo publicado na revista internacional Biomedicine and Pharmacotherapy. A pesquisa, que teve início em 2020, avaliou o papel de duas enzimas no sangue de pacientes hospitalizados por covid-19 e resultou em importantes achados para a compreensão do agravamento da doença.
A pesquisa identificou o aumento nos níveis das metaloproteinases (MMP-2 e MMP-9) nos pacientes que tiveram o quadro mais grave da covid-19. Este aumento pode indicar risco de mortalidade em pacientes infectados com a doença. "Quando há uma alteração no equilíbrio destas proteínas, há evidências que indicam que estas enzimas contribuem para o desenvolvimento de doenças pulmonares. Sendo assim, como as MMPS 2 e 9 estão envolvidas, entre outras patologias, no infarto agudo do miocárdio e no desenvolvimento de inflamação pulmonar e que uma das complicações mais graves da covid-19 é a síndrome do desconforto respiratório agudo, seria interessante determinar se em pacientes graves com covid-19 há aumento ou redução de metaloproteinases no plasma.", explica a egressa.
O estudo foi feito em pacientes com sintomas graves, internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), e teve como comparação pacientes controles, ou seja, sem a doença. "Os familiares de pacientes incluídos no estudo consentiram a participação (esta solicitação foi feita por mim e outros dois pesquisadores). Posteriormente, realizaram-se coletas de sangue, processando estas amostras no laboratório de forma a realizar as análises das metaloproteinases correlacionando com os dados clínicos, o que resultou neste trabalho recém-publicado no Biomedicine and Pharmacotherapy (Revista Internacional)".
O estudo contou com a participação de profissionais de diversas áreas e foi realizado em um laboratório de pesquisa voltada para doenças vasculares. "Nossos achados são importantes como um possível marcador de prognóstico ruim em pacientes graves internados no CTI com covid-19. Isto é, os indivíduos que apresentaram aumento das MMPs, especialmente a MMP-2, no início da internação na unidade, tiveram maior probabilidade de ir a óbito do que os que não tiveram aumento nestas enzimas. A ciência é feita para contribuirmos para sociedade. Então, sem dúvida, nosso trabalho trouxe um importante achado para o meio social e para o meio médico, levantando à possibilidade de usarmos/detectarmos onde podemos usar as MMPs como um possível marcador de gravidade para pacientes graves com covid-19.", destaca Tauana.
Tauana é graduada em Enfermagem pela Uniube, mestre em Ciências pela USP e já planeja iniciar o doutorado para seguir na área da pesquisa. "Sinto-me muito honrada e privilegiada de ter me formado na Uniube, essa instituição me deu a bagagem necessária para ingressar no universo acadêmico e amar o que faço, mesmo com o atual cenário desanimador. Levo comigo o exemplo, a entrega e os conselhos dados por meus queridos ex-professores da Uniube, que foram essenciais para que eu chegasse aonde cheguei. Minha eterna gratidão!", conclui.