Entidades, empresas e academia traçam metas para quadruplicar produção de alimentos no Brasil | Acontece na Uniube Em Uberaba-MG, reunião para conhecer a experiência da Bolsa de Arrendamento de Terras faz parte do programa que visa fomentar a..."> Em Uberaba-MG, reunião para conhecer a experiência da Bolsa de Arrendamento de Terras faz parte do programa que visa fomentar a...">

Entidades, empresas e academia traçam metas para quadruplicar produção de alimentos no Brasil

23 de março de 22
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Em Uberaba-MG, reunião para conhecer a experiência da Bolsa de Arrendamento de Terras faz parte do programa que visa fomentar a produção agrícola nacional


Quadruplicar a produção agrícola brasileira de forma sustentável através de um programa composto por um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo. Esse é o desafio de várias entidades e empresas que se reuniram em Uberaba (MG), cidade berço da Bolsa de Arrendamento de Terras, programa que desde os anos 80 transforma a agricultura da região, cujo exemplo se espalhou pelo país e foi o principal tema do encontro.  O novo projeto de Bolsa de Arrendamento de Terras será lançado, inicialmente, no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Pontal do Paranapanema, atingindo   96 municípios e cerca de 2,5 milhões de pessoas.


Participaram da reunião representantes da Cargill, da Pif Paf e grupo SOESP (Sementes Oeste Paulista), gigantes do setor do agronegócio. Além de Carlos Márcio Guapo, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e presidente do Núcelo de Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e do Sindicato de Produtores Rurais de Campo Florido; Rodrigo Machado Guimarães, representante do Instituto Federal do Triangulo Mineiro (IFTM); Isabel Gouvêa Mauricio Ferreira, diretora executiva da Rede ILPF/Embrapa; Renato Rodrigues, presidente da Rede ILPF/Embrapa; Eduardo Marquez Palmério, produtor rural e anfitrião da reunião na Uniube; Marcelo Palmério, Reitor da Uniube; e José Humberto Guimarães, idealizador e coordenador geral da Bolsa de Arrendamento de Terras.


Para Eduardo Palmério, a realização dessa primeira reunião entre grandes empresas e empreendedores do agronegócio foi o primeiro passo para a fomentar o programa em diversas regiões do país. "A Uniube recebeu a visita do grupo de integração lavoura pecuária floresta, comandado pela Embrapa/Rede ILPF,  que tem mantenedores importantes do agronegócio brasileiro, grandes empresas do setor que visam fomentar a tecnologia de integração, lavoura, pecuária e floresta, para fazer uma agricultura e uma pecuária mais econômica, mais lucrativa e com uma tecnologia de baixo carbono, sustentável ambientalmente", Eduardo Palmério.


De acordo com o idealizador e coordenagor geral da Bolsa de Arrendamentos de Terras, José Humberto Guimarães, o projeto tem o objetivo principal de mobilizar proprietários de terras e conscientizá-los da importância da introdução das lavouras  de grãos  em propriedades rurais, através de arrendamentos. "A Bolsa de Arrendamento de Terras é o local que instrumenta os meios de aproximar todos os produtores rurais interessados na expansão de suas lavouras, haja visto que muitos deles não têm conhecimento ou meio de expandir seus empreendimentos. Esse programa começou em 1985 e, de lá pra cá, cresceu  acentuadamente na produção especialmente de soja e milho. Esse crescimento se deve em grande parte à Bolsa de Arrendamento de Terras que criamos, que fez com que muitos pecuaristas também adotassem  essa prática", comenta o idealizador da ação.


Para Guimarães, ter a Uniube como apoiadora do projeto "Integração: Lavoura-Pecuária - Floresta" contribuirá para que assuntos ligados ao campo sejam levados em projetos de extensão e também dentro das salas de aula.  "A tecnologia está a nosso favor e, hoje, ter uma das maiores universidades de Minas Gerais ao nosso lado, contribui para a expansão desse nosso projeto. Pretendemos inserir ao nosso lado alunos dos cursos da Uniube que estejam ligados ao campo, como Agronegócio e Veterinária, por exemplo, e fazer com que a juventude alinhada à tecnologia leve o conhecimento a pequenos produtores espalhados em todo o país", finaliza.  


Espaço para crescimento - De acordo com Renato Rodrigues, presidente da RedeILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta , espaço temático da Embrapa, o Brasil possui cerca de 90 milhões de hectares de pastos degradados e cerca de 70 milhões de hectares de área cultivada, ou seja, há espaço para crescimento de forma ordenada. A alta demanda mundial pela produção de alimentos, coloca o país com a necessidade cada vez maior de aumentar a sua produção.


Renato explica que o projeto visa intensificar as ações um grande programa de fomento, composto por pesquisa, utilização de instrumentos, parceria rural, arrendamento de terras dentre outras ações para atingir a meta proposta. "O objetivo é conectar produtores que tenham terras em níveis de degradação ou abaixo da sua capacidade produtiva e que tenham grande potencial para crescimento e alinhá-los aos produtores que possuem muita tecnologia e potencial de desenvolvimento, mas que não possuem tantos espaços de terras. Ou seja, vamos juntar quem tem muita terra, mas não tem tecnologia de aplicação, com quem tem tecnologia de aplicação, mas falta terra. Asim, conseguimos ter um uso melhor da terra e mais domínio da tecnologia, intensificando, assim, a produção de alimentos na mesma área, aumentando a distribuição da renda e ajudar o mercado agro brasileiro", comenta.


Exemplo de sucesso - Foram discutidas a operacionalização da parceria entre o programa de Bolsa e Embrapa, bem como o cronograma das ações. "Uberaba saltou de 20 mil hectares produzidos para mais de 230 mil hectares em pouco anos, ou seja, acredito que temos um exemplo real de contribuição que pode auxiliar e muito a Rede ILPF nessa meta de transformar a agricultura no Brasil", comenta Eduardo Palmério.


Próximos passos - Renato também explica que o projeto piloto será desenvolvido em três áreas brasileiras selecionadas, mas que posteriormente deverá atingir níveis nacionais de expansão. A ideia é desenvolver ações de integração para facilitar o contato  de proprietários de terras com agricultores profissionais. "Nós temos potencial para colocar essa Integração em nível nacional de modo gradual, mas optamos em começar com os produtores nas três áreas pilotos que escolhemos, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Pontal do Paranapanema, para intensificar nossa ideia de expansão até começarmos a atingir níveis nacionais e internacionais, já que o agronegócio está presente no mundo todo", avalia Renato.


De acordo com o presidente do Núcleo de Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Carlos Márcio Guapo, ter os produtores associados ao sindicato participando da iniciativa da Bolsa de Arrendamento de Terras irá contribuir para o alcance e eficácia do programa na região mineira. "A Bolsa de Arrendamento de Terras criará um vínculo importante entre os pequenos, médios e grandes produtores. Essa parceria é de extrema importância para o crescimento e expansão do agro brasileiro. Muitos produtores não têm conhecimento da prática aplicada pela Bolsa de Arrendamento de Terras e como ela pode beneficiá-lo. Por isso, por meio do Sindicato, os produtores terão o respaldo do crescimento que eles precisam. Vamos incentivar a criação de um canal de comunicação eficaz, uma plataforma, para auxiliar na conversa e trocas de trabalhos entre os produtores. Acreditamos que ter essa ligação facilitada ajudará na expansão do projeto", finaliza.