Direito Uniube: aluna participa de Congresso Internacional de Direitos Humanos de Coimbra, em Portugal
Participar de um Congresso Internacional é mais do que apresentar um trabalho acadêmico. É embarcar em uma jornada que transcende fronteiras físicas e intelectuais, ampliando horizontes e reafirmando propósitos. Essa foi a experiência de Mariana Rezende, aluna do 6º período do curso de Direito, da Uniube, que recentemente levou e apresentou uma pesquisa ao IX Congresso Internacional de Direitos Humanos de Coimbra, em Portugal.
Mais do que uma bagagem de mão, Mariana embarcou rumo ao outro lado do oceano com o trabalho intitulado "A determinação epistemológica da linguagem na prática judiciária: uma análise dos operadores de direito no processo de descaracterização do sujeito sob a perspectiva de hierarquia do saber Michel Foucault.", um trabalho que começou durante projetos e muita pesquisa na Iniciação Científica.
O caminho até Coimbra começou no início de 2024, quando o artigo da estudante foi aprovado em um processo seletivo para compor o simpósio do Congresso. Desde então, Mariana dedicou meses de preparação e planejamento para viabilizar a viagem. "Foi um processo desafiador, mas extremamente enriquecedor. Apresentar presencialmente em uma das faculdades de Direito mais antigas e renomadas de Portugal foi uma experiência única", destaca.
Para Mariana, a pesquisa é mais do que um instrumento acadêmico. Entre tantos sonhos profissionais, ela conta que educar e estar à frente de uma sala de aula é um deles, e a pesquisa faz parte desse processo. "Para mim, a pesquisa é como se fosse um direcionamento de vida. Meu sonho é a docência, é lecionar, é educar. Então, através da pesquisa, eu consigo entender quais são as minhas dores, transmitir as minhas dores e atingir um nicho de educação. E é esse nicho de educação que eu uso para nortear todos os meus projetos", compartilha.
Organizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção de Direitos Humanos, o Congresso foi realizado na Universidade de Coimbra e reuniu acadêmicos de todo o mundo para reflexões sócio-jurídicas na área de Direitos Humanos. Mais do que um evento acadêmico, foi um espaço de criação científica, debate e desenvolvimento de novas ideias.
Mariana conta que além da apresentação do trabalho, a experiência proporcionou oportunidades de networking que ultrapassaram expectativas. "Tive o privilégio de conhecer o embaixador do Brasil em Lisboa e estabelecer contatos com profissionais de diversas instituições. Inclusive, surgiram propostas para colaborações acadêmicas com a Universidade de Santa Catarina", compartilha a estudante.
Inspirações na docência
Para quem sonha em estar à frente de uma sala de aula, ter professores que auxiliam e inspiram faz toda a diferença. Com Mariana não é diferente. Ela conta que parte da sua confiança e sucesso para a apresentação do trabalho, em Portugal, foi recebido ao longo desses três primeiros anos de curso. Professores como Sávio Gonçalves e Adriana Aidar, além da diretora do curso, Andréa Fabri, foram pilares que auxiliaram não somente nas pesquisas, mas também incentivaram a autodescoberta acadêmica.
"Adriana foi minha professora em Filosofia do Direito e é percursora do grupo de pesquisa interdisciplinar que eu participo, e minha atual orientadora de Iniciação Científica. O Sávio foi meu orientador do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) pela Uniube. Tive a oportunidade de receber a bolsa CNPq e participar dos projetos de iniciação científica desde o segundo período do curso. Professores como eles me fizeram acreditar no meu potencial e enxergar a pesquisa como uma forma de dar voz às minhas dores e transformá-las em algo útil para a sociedade", pontua Mariana.
"É uma satisfação imensa trabalhar com a Mariana, porque ambas enxergamos a pesquisa como meio de transformação do mundo. Isso faz imensa diferença. Além de indiscutivelmente talentosa, é profissional ética e comprometida com o que assume. O Congresso em Coimbra é só um exemplo da sua capacidade. Virão muitos outros, com toda certeza?, relata a professora Adriana Aidar.
"Já no primeiro período, como professor, percebi, através dos debates, interação em sala e de sua produção acadêmico-intelectual, construída de modo espontâneo, que ela era uma estudante hors-concours. O seu apreço pelo direito, biodireito e direitos humanos, bem como o entrelaçamento dessas áreas com a garantia efetiva da justiça, fez com que nos aproximássemos para conversas e construção de ideias mais aprofundadas", completa o professor Sávio.
A experiência em Coimbra não foi apenas um marco pessoal, mas também um convite à reflexão sobre as oportunidades disponíveis durante a graduação. Para isso, a aluna se mostra disposta a ajudar outros alunos a enfrentarem os desafios desse processo.
"A Uniube está cheia de pessoas brilhantes que precisam de apoio para vivenciar algo assim. Meu conselho é que valorizem a iniciação científica, os projetos de extensão e as oportunidades que a Universidade oferece. Essas pequenas iniciativas têm o poder de transformar vidas. Se mais pessoas pudessem viver isso, a pesquisa ganharia uma força ainda maior. Quero ajudar quem tiver interesse a encontrar o seu caminho na ciência e na educação", conclui.
Barbara Lemes