Dica de Especialista: principais cuidados que os tutores devem ter com os pets durante o Carnaval
O Carnaval é um período de festa e diversão, mas para os pets, pode representar desafios como barulho excessivo, aglomerações e altas temperaturas. Para garantir o bem-estar e a segurança dos animais, é essencial que os tutores adotem alguns cuidados, desde a escolha de eventos pet-friendly até a atenção com hidratação, alimentação e sinais de estresse.
Se você pretende incluir seu pet na folia ou precisa deixá-lo sob cuidados durante a viagem, confira as dicas da médica-veterinária Thamires Arantes, especialista em clínica médica de pequenos animais e preceptora do setor de clínica médica do Hospital Veterinário da Uniube (HVU).
Quais os principais cuidados que os tutores devem ter com os pets durante o Carnaval?
Thamires Arantes: O Carnaval é um período de festa e agitação, mas para os pets, pode representar situações de estresse e risco. Antes de sair para curtir a folia, é fundamental planejar e avaliar o ambiente para garantir o bem-estar do animal. Se for participar de eventos, verifique se são pet-friendly e se oferecem estrutura adequada, como locais sombreados, áreas de descanso e acesso à água fresca. Além disso, leve em consideração a personalidade do pet. Alguns animais são sociáveis e adoram acompanhar os tutores, enquanto outros podem se sentir inseguros em meio a multidões e barulhos intensos.
Se o pet demonstrar desconforto ou medo, o ideal é deixá-lo em casa, em um ambiente tranquilo e seguro, ou optar por eventos mais calmos, como reuniões familiares ou passeios em shoppings. A segurança também deve ser prioridade: ao sair, verifique a validade da vacinação e vermifugação, utilize guias resistentes e plaquinhas de identificação com nome e telefone do tutor. Em caso de imprevistos, essas medidas facilitam a localização do pet com rapidez.
O barulho alto de festas e fogos pode estressar os animais? Como protegê-los desses estímulos?
Thamires Arantes: Sim! A audição dos pets é muito mais sensível do que a dos humanos. Se um ambiente já parece barulhento para nós, para eles será ainda pior. Evite locais próximos a caixas de som ou eventos com fogos de artifício. Uma opção para garantir o conforto são os abafadores de ruído específicos para pets, disponíveis em lojas especializadas em produtos veterinários.
Fantasia de Carnaval para pets: quais cuidados ao escolher um acessório para o animal?
Thamires Arantes: Se optar por fantasiar seu pet, escolha tecidos leves, finos e confortáveis para evitar superaquecimento e irritação na pele. O ajuste da roupa deve ser adequado, sem apertar axilas e virilha, garantindo a circulação sanguínea e o conforto do animal.
Quanto aos acessórios, evite peças pequenas que possam ser ingeridas! Além disso, respeite a personalidade do animal - alguns pets não gostam de usar roupas ou acessórios, e isso é completamente normal. Se o pet demonstrar desconforto, tentar retirar a roupa, ficar inquieto ou paralisado, o ideal é remover a fantasia e não insistir.
Os pets podem acompanhar os tutores em bloquinhos e eventos carnavalescos? O que avaliar antes de levá-los?
Thamires Arantes: O mais adequado é escolher bloquinhos pet-friendly. Com uma rápida pesquisa na internet, é possível verificar se há eventos específicos na sua cidade. Em Uberaba, por exemplo, essas atrações costumam ocorrer em horários mais frescos, com música mais baixa, brincadeiras e estrutura pensada para o bem-estar dos animais, garantindo maior segurança.
Se for a eventos de rua, apenas os pets já acostumados a interagir socialmente, passear e brincar com outras pessoas se sentirão confortáveis. O Carnaval envolve muita aglomeração e estímulos sensoriais, e para animais que não estão habituados a esse tipo de ambiente, pode ser uma experiência estressante.
Quais sinais indicam que o pet está estressado ou desconfortável e como agir nesses casos?
Thamires Arantes: Fique atento aos sinais corporais e comportamentais do pet. Os principais indícios de estresse incluem: Pupilas dilatadas, orelhas baixas, corpo encolhido, salivação excessiva, respiração ofegante, rabo entre as pernas, tremores e uivos ou latidos excessivos.
Se notar esses sinais, o ideal é retirar o animal do ambiente. Caso não seja possível de imediato, procure um local mais calmo e tente distraí-lo com um brinquedo, petisco ou carinho.
Como garantir a hidratação e o conforto térmico dos animais nos dias quentes de Carnaval?
Thamires Arantes: Evite sair nos horários mais quentes do dia, priorizando passeios no início da manhã ou no final da tarde. O calor excessivo pode causar hipertermia, uma condição grave que pode ser fatal.
Sinais de alerta para hipertermia em pets: desorientação, língua avermelhada ou arroxeada, dificuldade para respirar e vermelhidão na parte interna das orelhas. Caso perceba esses sinais, refresque o pet imediatamente e, se não houver melhora, leve-o ao pronto atendimento veterinário. Uma dica útil é testar a temperatura do asfalto: coloque a mão sobre a superfície por cinco segundos. Se estiver quente demais para você, também estará para as patinhas do pet, podendo causar queimaduras. Lembre-se de levar água fresca. Congelar petiscos próprios para o consumo animal para oferecer e refrescar durante a folia pode ser uma boa pedida também.
Quais são os alimentos e petiscos proibidos para os pets durante as festividades?
Thamires Arantes: Chocolate e doces são altamente tóxicos para os pets, alimentos temperados podem causar intoxicação alimentar, restos de comida e bebidas alcoólicas devem ser evitados, objetos pequenos, como confetes e acessórios brilhantes, podem ser engolidos acidentalmente e causar engasgos e intoxicações. Prefira sempre oferecer petiscos próprios para pets para garantir a segurança do seu animal.
Há alguma recomendação especial para quem vai viajar no Carnaval e precisa deixar o pet em casa ou hospedado?
Thamires Arantes: Se for viajar e optar por um hotel para pets, certifique-se de que a vacinação e vermifugação estão em dia. Prepare uma mala com ração habitual, para evitar desconfortos gastrointestinais e brinquedos e itens familiares, que tragam conforto ao pet.
Se o animal ficar em casa, ele nunca deve ser deixado sozinho! Garanta que alguém de confiança possa alimentá-lo e dar a atenção necessária, ou contrate um pet sitter, profissional especializado no cuidado de animais no ambiente domiciliar.
Dica extra de segurança: Identifique seu pet com uma plaquinha contendo nome e telefone do tutor. Se possível, considere a microchipagem, um método eficiente para casos de fuga.
Carolina Oliveira | Universidade do Agro