Congresso de Direito conta com participação de acadêmicos e profissionais de diversas cidades

Com o tema “Cidadania em Pauta: os 30 anos da Constituição Federal Brasileira e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, a 2ª edição do Congresso de Direito do Triângulo Mineiro reuniu, durante dois dias, centenas de estudantes, professores, profissionais da área e demais convidados. O evento aconteceu na última quinta-feira (08) e sexta-feira (09), no Cine Teatro Vera Cruz.

O Congresso tem o objetivo de fomentar e aprimorar a produção científica por meio do debate em torno do tema central do evento. Neste ano, além das tradicionais conferências, contou com espaço destinado a Grupos Temáticos de Trabalho, onde os participantes puderam apresentar pesquisas na área.

“Este ano, nós inserimos os grupos de trabalho à tarde e as palestras de manhã e à noite. Foi enviado o edital para mais de 50 universidades em um raio de 500 quilômetros. Nós tivemos inscrições de universidades de Belo Horizonte, Viçosa (MG), Franca (SP), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Vieram alunos não apenas de graduação, mas de pós-graduação stricto sensu, mestrado e doutorado, que apresentaram trabalhos científicos junto com os alunos de 3º, 5º e 1º períodos”, contou o professor do curso de Direito, Richard Maciel, que faz parte da Comissão Organizadora.

Segundo ele, essa diversidade de participantes foi boa para o despertar da consciência acadêmica, necessidade de pesquisa e produção de ciência jurídica. “Acho que esse é o grande ponto que o Congresso traz para os nossos alunos. Além das palestras expositivas, temáticas, nós tivemos Direito Penal, Direito do Trabalho, Direito Civil e Direito Econômico. Nós tivemos o vice-presidente da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] federal de Brasília, os palestrantes da OAB que vieram de Belo Horizonte e o professor João Bosco Leopoldino, do CAD [Conselho Administrativo de Defesa Econômico]. Isso traz para nós, professores, uma formação continuada e, também, para os alunos essa nova visão. Esse é o grande ganho e o grande crescimento do Congresso”, afirmou Richard.

Da mesma maneira que no ano passado, houve quatro painéis com palestrantes de renome e conhecimento sobre temas diversos, contando com uma conferência de encerramento e solenidade de concessão de título de professor Honoris Causa. O homenageado deste ano escolhido pelo Conselho Universitário da Instituição foi o professor João Bosco Leopoldino da Fonseca.

João Bosco possui graduações em Filosofia, Grego Clássico, Direito, Letra Neolatinas e doutorado em Direito Econômico. Foi juiz do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, juiz federal, conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), professor titular de Direito Econômico da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sócio fundador do JBL Advocacia e Consultoria, com escritórios em Belo Horizonte e Brasília, diretor de concorrência do Instituto Brasileiro de estudo e de Política de Relações de Consumo (Brasilcon) e autor de diversos artigos e livros jurídicos.

“Para mim representa um prêmio, que eu vou dizer, até merecido. Não vou com falsa modéstia, porque são 58 anos de magistério vividos vocacionalmente. Aliás, eu digo que professor não é profissão, é vocação. E eu sempre me senti vocacionado para o magistério. Fiz Direito, fui professor de Português, Francês e de Grego. E estudo até hoje. O professor é aquele que não pode deixar de estudar, de se atualizar. Enfim, essa homenagem foi uma surpresa para mim. É uma manifestação de apreço, eu diria, não à minha pessoa, mas ao magistério, ao professor”, disse João Bosco.

Na opinião do homenageado, é preciso estimular a carreira do professor no Brasil. “Esse é um ponto que me parece fundamental. Temos excelentes professores no país”, ressaltou. Ele completa dizendo: “essa homenagem eu recebo com muita gratidão, porque eu não fui professor na Universidade de Uberaba. Mas eu me sinto um pouquinho professor de várias universidades e faculdades do Brasil com os meus livros e artigos. Sei que muita gente estudou por eles e isso me traz um prazer e uma sensação de ter contribuído para a educação no país”, concluiu.