Aluno de Gastronomia EAD divide sonho do esporte paralímpico com o de se tornar chef de cozinha
Qual o tamanho do seu sonho? Essa é uma pergunta que muitas pessoas escutam e que, algumas vezes, te desafia a enfrentar os obstáculos e mostrar - para todos e para si mesmo - que é capaz de conquistar o que sempre quis. Com Lucas Vinicius Almeida Silva, de 24 anos, não foi diferente. Aluno do curso de Gastronomia EAD na Uniube e atleta paralímpico dedicado, o jovem, que teve uma paralisia após o nascimento causada por insuficiência de oxigenação, nunca permitiu que essa condição definisse suas capacidades ou limitasse seus objetivos: entrar em uma cozinha profissional e seguir um novo sonho.
Desde cedo, Lucas enfrentou preconceitos e desafios e conta que muitas vezes, na infância e na adolescência, foi subestimado por pessoas que viam a deficiência física como uma incapacidade. Durante a fase escolar, ele conta que enfrentou bullying e que colegas de turma o excluíam das atividades desenvolvidas, principalmente no esporte. Hoje, medalhista no arremesso de disco e arremesso de peso paralímpico, ele se orgulha em mostrar que superou tudo o que enfrentou.
"As pessoas não estavam preparadas para incluir pessoas com necessidades especiais no dia a dia delas. Eu tive que me superar e todos os dias eu me supero e mostro que posso alcançar tudo o que mereço. Eu tenho uma família que me acolhe, que sempre esteve de braços abertos para as minhas dificuldades e que me faz acreditar que tudo é possível", conta o jovem.
No esporte, ele encontrou um refúgio e uma motivação e ainda tem sonhos de conseguir mais medalhas. "Tenho desejo de chegar aos Campeonatos Internacionais, por isso treino todos os dias com meu personal, para criar forças para as minhas modalidades, o peso e o disco", enaltece.
O sonho do esporte é dividido com outro sonho: o da graduação em Gastronomia. Lucas conta que essa vontade de entrar em uma cozinha profissional surgiu na pandemia da Covid-19, em busca de um passatempo com a irmã, Júlia Almeida. Os irmãos começaram se arriscando na cozinha e preparando pratos para a família. Foi então que Lucas descobriu uma outra paixão: cozinhar.
"Eu e minha irmã, no período da pandemia, procurávamos um passatempo para sair da rotina. Aprendemos a fazer pizza e até vendíamos algumas. Eu não sabia cozinhar nada e hoje tenho muita noção gastronômica, graças aos professores do curso, que me ajudam muito. Não tenho nenhuma limitação, muito pelo contrário, eu me supero e vejo que sou capaz de fazer muita coisa que eu não sabia", conta Lucas.
Conciliar os estudos com o esporte paralímpico é um desafio, mas Lucas é um exemplo de que com dedicação e força de vontade, é possível ter muitas conquistas. Para ele, o esporte ainda tem um "plus" e o ajuda a ter o equilíbrio perfeito e a manter a saúde, física e mental, em dia. "É preciso saber administrar o tempo. Tanto o Esporte como a Educação são importantes. Um é a base do outro e temos que ter dedicação em ambos. O esporte me inspira muito, porque me traz qualidade de vida e me faz descobrir que se eu posso vencer nos campos, eu também sou capaz de vencer na vida", finaliza.
Barbara Lemes