Mário
Imortal
José
Cândido de Carvalho
É
um dos mineiros mais importantes neste País
de mineiros importantes, de JK a Magalhães
Pinto, sem falar em Guimarães Rosa. Um dia
mandou os originais de um livro para Rachel de Queiroz
ler. Vejam só! Rachel udenista mais firme
do que parafuso e ele petebista da corte
do rei Goulart. Mas Palmério confiava em Rachel.
E fez muito bem em confiar. E bem Rachel ainda
não havia entrado em terras e águas
do último capítulo, já telefonava,
alumbrada, para José Olympio. Assim:
Seu José estou lendo um livrão!
Não
era preciso dizer mais nada. Livro que Rachel gosta,
José Olympio também gosta. Do outro
lado da linha, naquele jeito descansado de falar,
José brincou com Rachel:
Não li e já gostei
Ganhava
assim o Brasil um dos seus grande romances regionais
de tôdas as idades: "Vila dos Confins".
E ontem ganhou a Academia Brasileira de Letras, com
a posse de Mário Palmério na cadeira
deixada por Guimarães Rosa, um grande romancista.
À altura de Guimarães Rosa. Porque "Vila
dos Confins" e "Sagarana" estão de braços
dados na mesma eternidade. Bom-dia e até terça-feira.
Publicado
no jornal Diário de Pernambuco, em 28 de novembro
de 1968
Referência
bibliográfica
CARVALHO, José Cândido de. Mário
Imortal. Diário de Pernambuco. Recife.
28 nov. 1968
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