Diário
do Congresso Nacional
Sessão |
Publicação |
Assunto |
Página |
Coluna |
18/10/56 |
19/10/56 |
Leitura
de carta que recebeu do Diretor do Instituto
Nacional do Livro, respondendo criticas
formuladas aquela instituição
pelo Jornal Tribuna da Imprensa. |
9737 |
2ª |
O
SR. MÁRIO PALMÉRIO:
Sr.
Presidente, peço a palavra para uma rápida
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE:
Tem
a palavra o nobre Deputado.
O
SR. MÁRIO PALMÉRIO:
(Para
uma comunicação Sem revisão
do orador) Sr. Presidente, a Tribuna
da Imprensa, na edição de 16 do
corrente, publicou críticas, as mais
graves, contra o Instituto Nacional do Livro.
S.
S. o Sr. José Renato Santos Pereira,
Diretor daquele Instituto, mandou ao jornal
referido carta e, a mim, uma cópia da
mesma, que passo a ler:
"Sr.
Redator da Tribuna da Imprensa:
Surpreendido
com a publicação, na edição
de 16 do corrente dêsse vespertino,
da matéria epigrafada, solicito
de V. S. a divulgação
dos seguintes esclarecimentos uma vez
que tôda matéria eivada
de inverdades e falsas informações.
1
O Sr. Casais Monteiro não
foi afastado do I. N. L. pelo simples
fato de não ser funcionário
desta repartição; foi
apenas convidado há cêrca
de quatro meses para colaborar nos trabalhos
iniciais da Enciclopédia Brasileira,
com remuneração fixa mensal
de Cr$ 8.000,00. Por sugestão
do Chefe da Enciclopédia e do
Dicionário do Instituto Nacional
do Livro, o ilustre pensador brasileiro
Euryalo Cannabrava, enderecei-lhe a
seguinte carta no dia 5 de outubro do
corrente ano:
"Prezado
Senhor:
Em
virtude dos trabalhos da Comissão
Especializada de Literatura ainda não
terem sido iniciados, fica V.S. dispensado
de colaborar na mesma até posterior
notificação.
Contamos,
entretanto, com a colaboração
de V. S. no momento em que aquêles
trabalhos forem oportunamente reiniciados.
Sem
mais, aproveito o ensejo para apresentar-lhe
os protestos de minha estima e consideração.
- José
Renato Santos Pereira, - Diretor
do I. N. L."
Como
se vê, esta casa dispensou ao
crítico português tôdas
as considerações, não
merecendo dêle igual tratamento,
o que revela seu espírito belicoso
e contrário ao temperamento
de nossa gente.
2
Sua "demissão"
não foi imposta pelo Sr. Afrânio
Coutinho, conforme consta da matéria
estampada, mas foi produto de necessidade
de compreessão de despesas.
Os trabalhos de recenseamento de verbetes
e de elaboração das
normas dos diversos campos de conhecimento
a serem tratados na Enciclopédia
Brasileira são de natureza
técnica, em execução
por uma equipe de colaboradores especializados
rigorosamente escolhidos pelo Sr.
Paulo Assis Ribeiro, da Comissão
Central da mesma Enciclopédia
Brasileira.
3
A propósito do tópico:
"O Conselho criado pelo antigo
diretor do Instituto, Sr. Adonias
Filho, para orientar a compra de livros
pelo I.N.L. e movimentar uma verba
de vários milhões, estabeleceu
normas e condições que
estão sendo violadas pela nova
administração".
Nada mais inverídico: o processo
de compra de livros é feito
através de criteriosa seleção
dos catálogos apresentados
pelas editôras brasileiras.
Sôbre a lisura das compras podem
informar o Tribunal de Contas da União
e os Srs. proprietários de
casas editôras, tais como a
José Olímpio, Civilização
Brasileira, Agir, Pongetti, Anhembi,
Melhoramentos, etc. etc.
Em
outra carta, o Sr. Helio Gomes Machado,
funcionário há vários
anos desta casa, onde desempenha a
função de chefe da Seção
de Bibliotecas, responde ao ataque
à sua honorabilidade, de que
dou testemunho público.
4
Finalmente, no que consta do
penúltimo parágrafo
da matéria que vimos analisando,
cabe-me esclarecer que a verba destinada
à confecção da
Enciclopédia Brasileira não
está "quase toda dissipada",
pois ainda dispõe a Seção
da Enciclopédia e do Dicionário
de Cr$ 800.000,00 do total de Cr$
1.200.000,00 que nos foi destacado
pelo Sr. Presidente da República.
Tôdas as despesas levadas a
efeito estão perfeitamente
comprovadas e regularizadas através
de recibos e documentos à disposição
de qualquer pessoa.
E
quanto ao fato de termos ido, o professor
Euryalo Cannabrava, Dr. Paulo Assis
Ribeiro e o signatário desta
carta duas vezes a São Paulo,
a fim de debater o plano da Enciclopédia
Brasileira com os intelectuais paulistas
e solicitar o apoio do govêrno
daquele Estado a essa importante iniciativa,
a prova mais alta de sua utilidade
e oportunidade está no pronto
apoio do Sr. Governador Jânio
Quadros, o qual, através de
decreto publicado no Diário
Oficial do Estado de São Paulo,
colocou a disposição
do Instituto Nacional do Livro a Universidade,
as Instituições Científicas
e Culturais e tôdas as Secretarias
de Estado.
Finalmente,
há outra inverdade na notícia:
o "irmão de criação
do prof. Cannabrava" não
ganha Cr$ 6.000,00 mensais como funcionário
da Seção de Expedição
e nem é irmão de criação
do professor Cannabrava.
Aguardando
a divulgação dêsses
esclarecimentos, que se faziam necessários,
tenho a honra de assinar-me.
José Renato Santos Pereira,
Diretor do I.N.L."
Era
o que tinha a dizer. (Muito bem).
DIÁRIO
do Congresso Nacional.
Sessão: 18/10/56. Publicação:
19/10/56. Assunto: Leitura de carta que recebeu
do Diretor do Instituto Nacional do Livro, respondendo
criticas formuladas aquela instituição
pelo Jornal Tribuna da Imprensa. p. 9737. Coluna:
2.
|