O que é VII ENCONTRO SETEMBRO AZUL: EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS - CAMINHO DE PROTAGONISMO E DE EMANCIPAÇÃO DA PESSOA SURDA ?
A lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002 trouxe a oficialização da Libras como meio legal de comunicação e expressão das pessoas surdas no Brasil, e, depois, a assinatura do Decreto n.º 5.626/2005 possibilitou que os surdos tivessem regulamentado o direito ao ensino em escolas e/ou classes de educação bilíngue com professores fluentes na Libras e na Língua Portuguesa, na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Tais regulamentações foram frutos da mobilização dos movimentos pelos direitos dos surdos no país.
A proposta bilíngue surgiu baseada nas reivindicações dos próprios surdos pelo direito à sua língua e pelas pesquisas linguísticas sobre a língua de sinais. Ela é considerada uma abordagem educacional que se propõe a tornar acessível à criança surda duas línguas no contexto escolar. De fato, estudos tem apontado que essa proposta é a mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais como natural e se baseia no conhecimento dela para o ensino da língua majoritária, preferencialmente na modalidade escrita. (...) Na adoção do bilinguismo deve-se optar pela apresentação simultaneamente das duas línguas (língua de sinais e língua da comunidade majoritária). (GUARINELLO, 2007, p. 45-46).
O bilinguismo pode ser entendido como uma proposta educacional que atende as necessidades linguísticas e culturais do aluno surdo e a valorização da língua de sinais. De acordo com essa proposta, no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é a primeira língua do povo surdo, e a Língua Portuguesa é a sua segunda língua, na modalidade escrita.
Na proposta bilíngue, entende-se que a criança precisa, desde tenra idade, acesso a uma língua natural, para que desenvolva uma linguagem que possa expressar seus anseios, suas necessidades, seus entendimentos, numa melhor compreensão sobre si mesma e, também, do mundo em sua volta. Essa língua irá acionar o desenvolvimento afetivo, cognitivo, linguístico e emocional do infante. Acredita-se que a Libras seja o pressuposto básico para a aprendizagem de uma segunda língua.
Nesse sentido, a escola, enquanto espaço de ensino-aprendizagem, responsável pela educação formal, não deve ser apenas lugar de acolhimento das diferenças, mas sim um espaço democrático, de troca de saberes, de acesso, de internalização e domínio dos conhecimentos - do legado científico e cultural da humanidade, para todos - surdos e não-surdos. Sendo assim, a educação bilíngue.
Diante deste cenário, a Universidade de Uberaba (Uniube) traz como tema do evento, neste ano, "A Educação Bilingue de Surdos - caminho de protagonismo e de emancipação da pessoa surda" no intuito de oportunizar um momento de reflexão sobre o ensino bilingue e a implementação de políticas públicas voltadas para os alunos surdos. Entender as singularidades linguísticas dos alunos surdos e refletir acerca de meios de oportunizar que a educação supra as reais necessidades desse público, considerando a possibilidade de que as atuais e as futuras escolas de surdos, tornem-se, instituições de ensino bilíngue.
PÚBLICO-ALVO
Público interno: Alunos docentes, gestores de cursos e demais colaboradores da Universidade de Uberaba
(Uniube) e Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU). Público externo: instituições públicas e privadas,
estudantes e profissionais de diversos segmentos, comunidade em geral.
OBJETIVOS
Oportunizar um momento de reflexão sobre o ensino bilíngue e a implementação de políticas públicas voltadas para os alunos surdos.
Entender as singularidades linguísticas dos alunos surdos e refletir acerca de meios de oportunizar que a educação supra as reais necessidades desse público, considerando a possibilidade de que as atuais e as futuras escolas de surdos, tornem-se, instituições de ensino bilíngue.