Pesquisa de professora da Uniube fica em 2º lugar no Prêmio CAPES de Tese | Acontece na Uniube

Pesquisa de professora da Uniube fica em 2º lugar no Prêmio CAPES de Tese

08 de novembro de 18
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A tese de doutorado da professora do Programa de Pós-graduação em Sanidade e Produção Animal nos Trópicos (PPSPAT), Roberta Torres, ficou em segundo lugar na área de Veterinária pelo Prêmio CAPES de Tese. Criada em 2005, a premiação é oferecida anualmente às melhores teses de doutorado de cada uma das 49 áreas do conhecimento.


Os critérios de premiação consideram a originalidade do trabalho, a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, além da valorização dada pelo sistema educacional do candidato.  A análise é feita por professores de universidades brasileiras indicados pelos coordenadores de área da CAPES. “Estou extremamente feliz, sensação de trabalho cumprido, de reconhecimento do meu esforço. Pois é fruto de um trabalho árduo, mas bastante gratificante”, afirma a professora.


A cerimônia de premiação será realizada nos dias 13 e 14 de dezembro desse ano. “Estamos com várias pesquisas em andamento no momento. Pretendo dar continuidade com o estudo desse micro-organismo (Campylobacter), focando agora em métodos de controle em alimentos de origem animal”, conclui.


A pesquisa


O trabalho intitulado “Emergência de Campylobacter Jejuni no Setor Avícola e na Saúde Pública do Brasil” foi desenvolvido por Roberta em 2017 durante o Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


No Brasil, de acordo com a professora, a Campylobacter é totalmente subnotificada. “Não temos a obrigatoriedade, via legislação, de realizar a análise desse micro-organismo em nossos produtos, não sabemos a real situação que o país se encontra, nem o real número de pessoas acometidas com campilobacteriose. Dessa forma, nossa pesquisa visa, além de identificar o patógeno em produtos cárneos, principalmente na carne de frango, também conhecer as características desse micro-organismo relacionada à resistência a antibióticos para tratamento em humanos, resistência a agentes desinfetantes comumente utilizados nas indústrias, se a bactéria apresenta fatores genéticos ligados à virulência, entre outros”, explica.


Ainda segundo Roberta, essa pesquisa é de grande contribuição para a sociedade, já que visa informá-la dos riscos que a exposição a produtos contaminados pela bactéria pode causar. Na Uniube são desenvolvidos dois estudos. O primeiro trata a resistência antimicrobiana de Campylobacter,isolada de alimentos humanos e a comparação do nível molecular entre cepas de diferentes origens. “Abrange também a resposta a estas drogas quando as bactérias se encontram na forma de biofilmes, que representa comunidades bacterianas altamente especializadas em se manter viáveis sob condições de estresse. Os resultados iniciais mostram que os principais antibióticos utilizados no tratamento, não são eficazes na bactéria na forma de biofilme e mostra também certo grau de similaridade genética entre as cepas de origens distintas”, complementa.


 


A Bactéria


Campylobacter jejuni é uma das principais causas de diarreia com disenteria. Os sintomas aparecem após dois ou quatro dias e geralmente duram de cinco a dez dias. Eles incluem dor abdominal, febre, náuseas e vômitos e diarreia aquosa, às vezes com sangue. Em menos de 1% dos casos, pode ocorrer o desenvolvimento da Síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença autoimune que atinge os neurônios e, sem tratamento, pode evoluir para óbito por insuficiência respiratória.


Em geral, a bactéria se encontra no trato digestivo de muitos animais, sejam gados, porcos e principalmente aves. A fezes desses animais podem contaminar a água, a carne e até mesmo o leite não pasteurizado. A transmissão ocorre através da ingestão de água não tratada, leite cru ou carne mal cozida.